O colombiano Felipe Aguilar é zagueiro. Por 50% dos direitos do seu vínculo, o Athletico irá pagar R$10 milhões ao Santos. Aos 27 anos de idade, as virtudes e as deficiências já estão definidas. De Aguilar não há nenhuma lembrança espontânea de suas virtudes. Pesquisando-as, sugere ser um zagueiro comum.
O que provoca a atenção não é a contratação em si, mas o critério de prioridades adotado pelo Athletico. Com um time bem ordenado, a zaga se defende com Bambu e Tiago Heleno, como foi provado na conquista da Copa do Brasil e no Brasileiro. De nada adiantará Aguilar ou qualquer outro zagueiro, se o Furacão não amenizar a consequência da retirada de Bruno Guimarães para o Lyon.
Sem um grande meia, Wellington se perde na função de proteger e cobrir a área, voltando à naturalidade que o faz ter uma carreira em fragmentos. Sem um grande meia, escancaram-se, ainda mais, as limitações físicas de Adriano e Márcio Azevedo, e em especial, a falta de técnica de Léo Citadini.
Sem um grande meia, não há ataque. Não há time, destacando-se, ainda mais, as dificuldades do treinador Dorival Junior de, no mínimo, aproximar a ordem de jogo do ponto ideal. Sem esse meia, o Athletico vai continuar correndo em círculos, iludindo a si próprio que está em reconstrução.
O que se viu até agora foi Nikão, sozinho, carregando o time.
Em um plano de boa vontade, é difícil entender alguns negócios que o Furacão faz.
Russos no Paraná: negócio perigoso
Um dia desses, o empresário de futebol Felipe Ximenes divulgou nas suas redes sociais um depoimento falando participação na parceira entre os russos e o Paraná. Se não bastasse a sua falta de legitimidade para testemunhar por ser interessado direto, afirmou que “colocou recursos próprios” para consolidar o negócio. Felipe pode ser tudo que o que diz ser, inclusive honesto, menos assistencialista. Isso vem provar de que os russos só especularam, nunca levando o negócio a sério.
Estadual deve ser encerrado
Escrevi que não resta outro caminho para a Federação Paranaense de Futebol a não ser dar encerrado o Estadual. Justifiquei que, por força da Lei Pelé, que prevê o mínimo de 3 meses de duração do contrato do atleta, só será possível se todos concordarem com o registro de novos jogadores. E, ainda, há o tempo de inatividade física e técnica de alguns times para atender à ordem superior de retiro.
Os torcedores do Coritiba perguntam se é justo o Coxa ser declarado campeão, por ter terminado a fase inicial em primeiro lugar? Se esse título é o que pode sobrar como consolo em 2020, a solução passa longe do justo ou do injusto.
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