Atletiba de enigmas

Nem mesmo os sentimentos, nem os intolerantes, são tão fortes para contrariar os números. Daí é possível afirmar que Atlético e Coritiba deveriam sentir-se desconfortáveis para esse clássico da Baixada pelo Brasileiro. Atlético e Coritiba precisam ter consciência do que representa esse Atletiba: bem mais do que emotividade e simbologia, o clássico representa um divisor de objetivos dentro do campeonato. Então, mais do que correr, marcar e truncar, precisam jogar.

Os coxas devem ter essa consciência, o que seria uma grande virtude. Com 26 pontos e a depressão pelos últimos jogos, não podem nem supor que uma derrota para o rival coincida com a queda para a zona de rebaixamento. É gasolina pura.

Os atleticanos exibem quatro pontos à frente. Mas nem por isso, dentro de uma consciência lógica, podem exibir um estado de privilégio emocional. Uma coisa é ter quatro pontos com tendência de evolução. Aqui, a derrota pode ser absorvida de imediato. Outra é estar colocado em um lugar inseguro, como é o oitavo lugar, que, pela igualdade, está próximo de tudo, de cima e de baixo. Aqui, quatro pontos são pulverizados com uma simples derrota.

Eis um Atletiba coberto por enigmas.

Quando o Atlético para dar melhor estética ao jogo volta a usar Lucho Gonzalez (36 anos) e o Coritiba cerca as últimas esperanças em Kleber (35 anos), tira-nos qualquer referência para análise. O enigma está em saber se os treinadores Fabiano Soares e Marcelo Oliveira conseguiram dar ordem aos times nesses quinze dias de exílio e de silêncio. Não se pode esquecer, que mais do que com derrotas, Furacão e Coxa vêm de jogos de futebol rudimentar.