Embora seja Atletiba, essa final do Paranaense será inusitada: em razão de que a pandemia descarta o público, o jogo de maior apelo popular em Curitiba será jogado apenas ao som do silêncio.

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A nobreza do Atletiba não está no jogo jogado. Está na sua essência, que é a sua alma originada pelos sentimentos de arquibancada. Mas, o que fazer se a nossa própria alma anda um pouco perdida nessa época de medo?

O leitor quer saber: há um favorito para essa final?

Sempre contrariei a teoria de que em Atletiba não há favorito, pelo pretexto que está longe da razão, de que o jogo vai além do que é jogado. 

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Não me lembro se alguma vez, em jogo final, entre Furacão e Coxa, o melhor time tenha deixado de ganhar. Essa tese da solução pelo imponderável é só literatura para romancear um resultado que, em tese, era inesperado. 

A partir dessa posição, afirmo: essa final é um enigma. São dois times que se aproveitaram do critério de exclusão. É que o campeonato, outra vez, foi tão pobre de jogador e de técnica, que as referências têm que ser buscadas no nível de baixo. E um equilíbrio que resulta desse estágio, e submetido a ausência de torcida, qualquer resultado é uma consequência natural.

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E tanto que é assim, que o Athletico para chegar, teve que se agarrar em Nikão, e o Coritiba no veterano Rafinha, que está em fase de despedida. 

Nem mesmo os fatores campo e torcida no jogo da volta, em benefício dos coxas, poderá ser tratado como elementos diferenciais. O campo, porque há tempo não exerce influência, pois todos são iguais. Até o gramado artificial da Baixada; e, torcida, porque estará no sofá. 

Qualquer coisa fora disso, é pura especulação.

Espera-se que Athletico e Coritiba pelo menos não “maltrate o silêncio”, como na canção de Paul Simon.

Expulsão

Um dos fatos mais comentados está sendo a expulsão do lateral Adriano, do Athletico, em Cascavel. Ele sabia que Márcio Azevedo estava excluído da final e que Abner treme quando joga. No entanto, cometeu uma falta em uma bola que tinha a direção do lado. Foi inevitável a associação entre Adriano e a sua origem, o Coritiba. 

Adriano está queimado no Furacão, embora vá continuar ganhando R$ 250 mil por mês, pelo contrato que Paulo André lhe conseguiu.