Santos do Brasil

Foto: Hamilton Bruschz.

Um fato inesperado encerra uma surpresa. Pergunto: a convocação do goleiro Santos, do Athletico, para a seleção brasileira, era esperada? A resposta está na consideração do contrário: por não estar nem do campo do possível pelo público (e, aí, inclusive, a imprensa), não seria tratada como injusta. Mas, agora que o grandioso Taffarel o escolheu para Tite o convocar, as suas virtudes escancaram.

Santos é feito de um material frio. Bem por isso, às vezes parece estar fumando um charuto (expressão de Jorge Valdano), em meio a um bombardeio na área do Furacão. A sua personalidade se confunde com o carisma. E, os dois, tem origem em única fonte: a consciência de que o goleiro consegue ser espetacular sem dar espetáculo, em razão da projeção que faz da jogada, que poderá alcançar a meta.

Daí, a virtude da colocação perfeita, fazendo de uma defesa impossível, um ato natural do goleiro. Santos tem antevisão da jogada, que o saudoso jornalista Armando Nogueira via nos grandes jogadores. O goleiro do Furacão deve ser o goleiro do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. Santos foi convocado porque Tite aplicou a teoria do mérito.

Boa escolha

Entre as loucuras de Lisca e as orações de Jorginho, o Coritiba acertou: Jorginho, uma espécie de “bom pastor”, foi a escolha correta em um mercado reduzido, que obriga a recorrer ao critério da exclusão. Mas, Jorginho, não será o bastante para aliviar o ambiente. Pouco inteligente, o presidente Namur não fez o que devia: demitir Rodrigo Pastana da direção de futebol. Resolvia duas situações, em uma só crise. Na próxima derrota, a torcida voltará a pedir a demissão de Pastana. E aí abrirá mais uma crise.

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