Aos pés do Furacão

Em Capiatá (Paraguai), Atlético 1×0 Deportivo Capiatá. O Furacão, agora, ingressa na fase nobre da Libertadores da América.

Depois da meia noite, e depois de um jogo que o clube do coração nos coloca em um cruzamento de caminhos para sofrer e quase enlouquecer, não é hora de escrever bonito.

O Atlético ganhou porque não teve vaidade, porque o treinador Paulo Autuori, com um rasgo de humildade, transigiu com seus princípios de jogo moderno. Depois de fazer o gol que precisava, aos onze minutos de jogo por um surpreendente Lucho González, o Furacão, em um jogo preso, de futebol subterrâneo, fez de tudo: jogou um minuto de cada vez, jogou atrás, jogou no contra-ataque, marcou, deu carrinhos, deu cotoveladas, fez faltas, foi malicioso, fez cera, recebeu seis amarelos, e foi a exaustão, fazendo o diabo. E depois, que Nikão e Gedoz perderam o segundo gol, buscou a última solução: entregou na mão de Deus. E ganhou.

Por vários motivos, não foi possível jogar diferente. Parece contradição, mas o motivo principal foi o gol de Lucho logo aos onze minutos. É que o jogo saiu da normalidade, porque o gol mudou todos os planos do Capiatá, que jogava por outro extravagante empate até 2×2. Com a atmosfera hostil, natural de Libertadores, os paraguaios ficaram azedos. Pressionado, o time rubro-negro fez o que tinha que fazer. E fez muito bem feito, pois apesar da pressão do Capiatá, nenhuma bola exigiu os recursos do goleiro Weverton. As mais perigosas, foram jogadas em impedimento.

Nos minutos em que o Atlético jogou bem no aspecto técnico, o melhor foi Lucho González. Não só pelo gol, mas pelo fato de que jogando de meia, vindo de trás, como nunca havia jogado com Autuori, deu o impulso que o time precisava para ter o controle e a posse da bola, no primeiro tempo.

Agora é a fase de grupo.

É melhor de jogar porque não existe o risco da disputa eliminatória. O Furacão entra igual a Flamengo, San Lorenzo e Universidade do Chile.

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