O Paraná foi embora da sede da avenida Kennedy. Agora a sua sede administrativa é no “Ninho da Gralha”, município de Quatro Barras, comarca de Campina Grande do Sul. O impacto do fato provoca uma dúvida pública: o Paraná está acabando?

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Respondo: agora é que vai voltar a viver. A sua referência nunca foi a sede da avenida Kennedy. Ao contrário, a sede da Kennedy na pratica se tornou mais como instrumento de ostentação de uma riqueza que não existiu. E como acontece com todo aquele que quer ostentar sem ter recursos, a Kennedy foi inchada de interesses diretivos e funcionais, sugando todos os recursos do clube, reduzindo-o, em tese, à insolvência.

O Paraná foi embora da sede da Kennedy. Já deveria ter saído há dez anos, quando os costumes da sociedade começaram a mudar. As áreas de lazer, definitivamente sendo deslocadas para parques, shoppings, clubes sem fins esportivos, academias, redes sociais, esvaziaram os quadros associativos de clubes que também praticam o futebol profissional.

O estádio da Vila Capanema é que sempre foi referência do Paraná. O número da sua identidade está em cada pedaço do gramado da Vila, em cada metro de arquibancada, nas lembranças que minha geração ainda tem do pão com bife, da “Concha Acústica”, onde verteram minhas primeiras lágrimas rubro-negras pelo gol de Paulo Vecchio, em 1968, do trem passando por trás na hora de um gol de Saulo, do viaduto, da “turma do amendoim”, derrubadora de técnicos.

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Contaram-me que os dirigentes do Paraná não dormiam por causa da dúvida: sair ou não da Kennedy?
Certa vez, Evaristo de Macedo, estava em um restaurante em Curitiba, (era treinador do Furacão, em 1966) e recebeu um telefonema de Agustí Montal Cost, presidente do Barcelona, que queria desabafar e perguntar: “O PSV quer 20 milhões de dólares pelo Ronaldinho. Nós queremos e não temos, e o Real Madrid o quer e tem o dinheiro. Não consigo dormir”.

Evaristo respondeu: “O senhor não vai dormir se não pagar os 20 milhões e ter Ronaldinho”. No dia seguinte, Ronaldo que iria se transformar no “Fenômeno”, estava em Barcelona.

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O que será da Kennedy?

É um assunto de metros.

Volto a ele.

Atual

Cansado dos erros do seu setor de inteligência, que não acerta uma única indicação de jogador, o Atlético apelou para o mercado de risco. Deve anunciar oficialmente a contratação de Lucho González, argentino de 35 anos. Lucho é tratado na Argentina como “ex-futebolista”, após ser dispensado em junho pelo River Plate. Pode até ser uma solução de imediato. O que não entendo é contratar esse jogador por 15 meses. É estranho que um jogador com o histórico de Lucho, totalmente livre, não tenha mais mercado na Argentina.