Na Baixada, pelo Brasileirão, Athletico 1×2 Grêmio.
É possível que a dimensão da derrota do Furacão seja graduada (para maior, é claro), em razão de que ela ocorreu contra um Grêmio reserva em toda a sua extensão.
Afirmo ao torcedor atleticano o seguinte: esse time do Athletico, cujos direitos autorais são exclusivamente de seu presidente, Mario Celso Petraglia (Paulo André é só o executor), é tão deformado técnica e taticamente, que a derrota encravou-lhe como um fato natural. É tão medíocre, que em qualquer situação, e em qualquer lugar, contra os reservas de um time de ponta, a vitória será um fato remoto, e ocorrendo, um fato extraordinário.
E afirmo mais: a situação se tornou, ainda, mais grave em razão da conduta de Paulo Autuori nesse retorno. Há três anos confessando uma estafa emocional, ele próprio renunciou ao exercício da função de treinador. A partir dessa ocasião, adota o título de ex-treinador.
Há menos de um mês, despediu-se do Botafogo e, ao deixá-lo entre os últimos, afirmou em carta essa sua indisposição física e emocional. Contratado pelo Athletico para ser diretor técnico, a primeira decisão que deveria tomar era a de escolher um treinador para comandar o time.
Era só questão de coerência com as suas convicções. No entanto, contrariando todos os seus princípios fez tudo o que não deveria fazer: não contratar um treinador e assumir essa condição.
Das duas, uma: ou Autuori perdeu a consciência do grande profissional que sempre foi, ao voltar a exercer uma função para a qual ele se diz envelhecido, ou está atendendo aos interesses de Mario Celso Petraglia, que não são, necessariamente, os interesses do Furacão. Desconfio que entre Petraglia e Autuori existe uma espécie de alter ego mútuo.
Por sua única e exclusiva responsabilidade, propôs ao Athletico jogar com um time reserva em Montevidéu, descartando a liderança do grupo na Libertadores, e ontem comandou o time antes e no intervalo na derrota para o Grêmio.
A partir de hoje, Paulo Autuori terá que escolher entre o interesse do Athletico e o interesse de Petraglia. Sugiro que atenda ao interesse do clube, e mande buscar uma criatura que ele criou, Tiago Nunes. A outra opção é se aposentar para que essa conduta não escureça a sua exemplar carreira.
A derrota para o Grêmio dispensa qualquer comentário.
É da natureza de um time que tem todas as digitais de Mario Celso Petraglia.
Incompreensão
A diretoria do Coritiba se reuniu cinco horas para dispensar Jorginho do comando técnico. Foi assim quando dispensou Barroca.
Pobre do clube de futebol que tem cartola que precisa de cinco horas para tomar uma decisão que os fatos informam ser óbvia.
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