Em 2023, La Bombonera fará um século de existência. Passando o Atlântico, não há nenhum estádio com a sua mística. É tão forte como a do Anfield, de Liverpool, a do Santiago Bernabéu, de Madri, e do Camp Nou, de Barcelona.

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A sua influência alcança o jogo de uma maneira, que cria circunstâncias definitivas, quase uma regra inquisitória, para definir o resultado, a favor do Boca, é claro. Por essa regra, há razões para o Boca ganhar. Mas, às vezes, impõe uma derrota injusta.

Pelo olho passional, o Athletico não merecia perder o jogo por 2×1. Pelo olho critico, merecia ganhar. O seu primeiro tempo foi brilhante pelo equilíbrio que retardou todas as ações dos argentinos. Quando começou a ganhar o jogo, com o gol de Marco Ruben, dominava o Boca. O Furacão ganhava e não era de graça. O seu jogo era tão brilhante, até a saída de Lucho González, foi o melhor jogo que fez nesse 2019. E sem o grande Bruno Guimarães e Thiago Heleno.

No jogo jogado, o Furacão era melhor e ganhava. Foi então que o árbitro equatoriano passou a influenciar no resultado: o pênalti de Buffarini não marcado por uma interpretação de conveniência e o gol de Lisandro López, que empatou o jogo, em escancarado impedimento, resolveram a partida. O gol de Tevez, no último minuto, foi apenas consequência desses erros de arbitragem, que exauriram o Furacão, já sem Wellington, expulso.

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Quando o resultado de um jogo passa pelo apito do árbitro, a análise do jogo fica esvaziada. Erros, acertos, defeitos e virtudes, de um ou de outro, entram no terreno minado pela especulação.

Vadico

O Athletico é poço de sentimentos que, se existe, não se sabe como chegar. Eles são tão intensos e coincidentes, que a sua procura se torna impossível.

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Pergunta-se: o sentimento maior é o da alegria pelos 75 anos de Sicupira, o maior artilheiro da história do Furacão, ou se é de tristeza pela morte do jornalista Vadico Tavares que, por inteiro, era seu torcedor.

Confesso-me confuso enquanto escrevo. Penso, investigo o meu interior e consigo resolver: não há nada mais forte do que o sentimento pela morte de um amigo. A alegria pelo ídolo pode esperar.

Vadico era tão especial, que a saudade obrigava a atravessar a rua para abraçá-lo. Nem que fosse para correr riscos, driblando os carros da Deodoro com a Muricy. À essa altura dessa vida nesse mundo de conflitos, aprendi que só se deve atravessar a rua para saudar alguém muito especial.

Foi embora Vadico. Era tão grandioso, que vale a pena carregar, por mais pesada que seja, um pouco da carga pela sua perda.

À família de Vadico, os meus sentimentos.

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