Quem criou a recessão no Brasil?

O Brasil é um continente. Não sofre de catástrofes naturais. Não tem tsunami. Não tem terremoto. Não tem vulcão. Não tem terra ruim ou clima desfavorável.

O Brasil reúne todas as condições necessárias de ser uma potência mundial. No entanto, vive a maior recessão de todos os tempos. Vive a maior recessão do planeta. Uma crise sem precedentes. E como essa crise surgiu? Não teve nenhuma revolução, nem uma queda da Bolsa de Nova York, nenhum fenômeno mundial ou nacional que explique isso, exceto sucessivos governos descomprometidos com a população e comprometidos com o próprio bolso.

Os políticos cada vez mais ricos. A cada dia vemos uma notícia de um novo escândalo, um novo caso de corrupção e a população não aguenta mais isso. O País está sem norte.

É preciso paralisar essa escalada de corrupção. É preciso enxugar a máquina pública. O governo precisa cortar na própria carne ou não sairemos do lugar. Com 14 milhões de desempregados não há mercado interno que aguente. Precisamos iniciar uma nova era, com regras novas, claras e bem definidas nos cortes de gastos do governo.

O país não precisa de uma estrutura gigantesca de 513 deputados federais e de 81 senadores. Mas onde temos 14 milhões de desempregados é preciso paralisar essa farra. O custo para o País é altíssimo e o governo precisa diminuir esse número se quiser acabar com a recessão, e, principalmente, com o déficit público, que tem derrotado com o País.

Além disso, todos enxergam que o governo brasileiro tem dificuldades para acomodar suas despesas dentro dos limites do orçamento e precisa acabar com as contratações desnecessárias, de assessores que pesam sobre as contas públicas e sobre os ombros de todos nós, contribuintes.

Não bastasse o número excessivo de políticos, cada deputado federal pode ter até 25 assessores que são pagos com o nosso dinheiro, número alto demais diante de comparações internacionais. Todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão com centenas de mordomias que outras côrtes de países de primeiro mundo não apresenta.

É preciso que o governo elimine toda essa máquina desnecessária que revela uma lógica de trabalho que dá prioridade ao luxo, ao privilégio, ao desperdício e à concessão de favores e boquinhas. Essa lógica se estabelece, nos gabinetes, em detrimento daquela com que a maioria dos mortais tem de lidar no dia a dia – a economia de recursos e o esforço para trabalhar melhor, quando tem emprego.

Isso quando não falamos do excesso de servidores públicos no Brasil. Eles são ao todo 11,1 milhões. Ou seja, um em cada dez brasileiros em idade de trabalhar está empregado em algum governo, sustentado pela contribuição de todos os brasileiros que pagam impostos.

Se o governo quiser realmente tirar o País da recessão, tem que começar por aí. Não resolve aumentar a idade mínima para aposentadoria de quem contribuiu a vida inteira e permitir essa gastança com o dinheiro público. É preciso cortar na carne. Não há reforma previdenciária que resolverá o problema do País, mas sim uma reforma estrutural que coloque o País novamente no ritmo do crescimento, sem exagero, sem mordomias e sem regalias por parte de quem foi eleito para zelar pela Nação.

Comparações

1- Bombas atômicas explodidas (1945): Brasil (o) – Japão (3)
2- Tsunamis nos últimos 5 anos: Brasil (o) – Japão (40)
3- Vulcões ativos: Brasil (o) – Japão (12)
4- Número de patentes: Brasil (22) – Japão (3.000.000)
5- Número de empresários ricos: Brasil (6.500) – Japão
(8.000.000)
6- Número de políticos ricos: Brasil (50.000) – Japão (o)
“Será que os governantes japoneses são mais inteligentes do que os nossos ou são menos ladrões?”

*J.A.Puppio é autor do livro “Impossível é o que não se tentou”

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