‘Só fui medicado, quando caí no chão de dor’

'Só fui medicado, quando caí no chão de dor'
Foto: Pixabay

Há alguns meses eu retornava de um evento no interior de Minas Gerais, trafegando pela Rodovia Fernão Dias, quando repentinamente senti uma forte dor na região lombar.

Imediatamente parei o carro no acostamento, desci para me alongar, mas de nada adiantou. Pesquisei o hospital privado mais próximo e, com muita dificuldade, quinze minutos depois estava lá. Entreguei meu documento de identidade na recepção, pois sequer era possível aguardar qualquer procedimento. Porém, a partir daí, passei por uma das piores experiências que já tive.

Resumidamente, fiquei naquele hospital por sete horas recebendo um péssimo atendimento. Para exemplificar, somente cheguei a ser medicado quando literalmente caí no chão de dor. Após uma série de exames foi identificado que o problema era um cálculo renal. Mas a mediocridade dos profissionais era tamanha que o médico que me assistia, ao terminar seu turno de trabalho, sequer teve o mínimo de respeito em me informar (bem como aos demais pacientes) quem daria continuidade no atendimento.

Consciente de que aquele local não seria adequado, em hipótese alguma, para uma eventual cirurgia, consegui ser medicado com uma dose de morfina que me permitiu pegar a estrada e retornar a São Paulo, onde me dirigi ao Hospital 9 de Julho. Lá, tudo mudou!

A qualidade do atendimento começou já na recepção, com profissionais respeitosas e sensíveis, que tiveram a preocupação de orientar e agilizar os procedimentos. Após a liberação do quarto, fui muito bem recebido pela técnica em enfermagem Nélia e pela enfermeira Priscila. Ao ser transferido para o centro cirúrgico, fui gentilmente conduzido pelo assistente de transporte Ednei. E a cirurgia foi conduzida com excelência pelo anestesista Cássio e pelo Dr. Flávio Areas.

Meu intuito é lhe deixar uma reflexão diante deste relato. O que diferencia de forma tão contundente o atendimento em ambos os estabelecimentos? Seria a infraestrutura de cada um dos hospitais? Ou a formação dos profissionais envolvidos? Não, a resposta é vocação e gestão.

Em um hospital encontrei pessoas que nitidamente vão trabalhar apenas para garantir seu sustento ao final do mês. Gente preocupada em cumprir apenas o básico, em fazer o possível, à espera do horário para ir embora quando. No outro, pessoas que gostam e apreciam o que fazem, interessadas em fazer o seu melhor, cientes de que um paciente, independentemente de sua condição, está ali por necessidade, motivo pelo qual procuram transmitir acolhimento e carinho para amenizar o desconforto. Esta é a diferença entre trabalhar por vocação ou por mera necessidade financeira.

Mas a gestão também está presente. Afinal, cabe aos líderes criarem um ambiente favorável para que seus colaboradores possam atuar de maneira assertiva, cumprindo com seu propósito pessoal. Isso envolve valores corporativos legítimos capazes de unir e alinhar a equipe, treinamento e capacitação regulares e autonomia para propor mudanças em busca da melhoria contínua.

Deixo-lhe uma questão final: qual o padrão adotado pela empresa na qual você trabalha?

 

Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de nove livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: ww.tomcoelho.com.br, www.setevidas.com.br e www.zeroacidente.com.br.

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