Testosterona no UFC: reposição hormonal ou doping?

Bom dia amigo leitor! Hoje voltamos a falar sobre um assunto que se torna cada vez mais comum na mídia: o uso do hormônio testosterona por parte de atletas de diversas modalidades. Dessa vez a polêmica envolve o lutador brasileiro Vitor Belfort, que desistiu de lutar pelo cinturão dos médios com o atual campeão Chris Weidman.

O motivo da desistência foi reconhecido pelo próprio lutador, pois a Comissão Atlética de Nevada proibiu o uso de testosterona sintética sob qualquer circunstâncias, inclusive para atletas que fazem o tratamento de TRT (Terapia de Reposição de Testosterona), como é o caso de Vitor Belfort.

Primeiramente, é injusto dizer que ele desistiu da luta porque não poderá mais “tomar bomba” ou porque estava acostumado a lutar sob efeito do doping. E para entender isso é necessário entender o que é a TRT.

Como todos sabem a testosterona é um hormônio produzido pelos testículos (ou ovários no caso das mulheres) e é o hormônio primário masculino, é o que dá as características masculinas e é responsável por outras coisas como força, construção muscular, libido, etc. As taxas normais de testosterona em um homem adulto de idade entre 20 e 40 anos variam entre 249-836 ng/dL de sangue.

Porém em algumas pessoas esses níveis podem ser extremamente baixos. Para isso existe a terapia de reposição hormonal (TRH ou TRT), esse tratamento consiste no uso de testosterona sintética para suprir a deficiência existente no organismo do indivíduo.

Mas porque Vitor Belfort precisava fazer esse tratamento? Bem, como muita gente sabe, o abuso da testosterona causa a baixa produção da mesma. Então provavelmente de tanto usar testosterona vinda de fora, sua própria produção de testosterona ficou comprometida, as vezes a ponto de não se recuperar mais, e ter que ficar tomando injeções para manter nos níveis normais pelo resto da vida.

Até aí tudo bem, mas o grande problema é que não tem como controlar o quanto de testosterona esse atleta vai tomar, pois se ele tomar um tanto maior deixa de ser uma reposição hormonal, e passa a ser considerado doping, pois como já falei os níveis máximos normais ficam perto dos 900 ng/dl , mas um atleta utilizando uma quantidade maior de hormônios pode chegar até 5000, 6000 ng/dl. Nestas condições esse atleta será muito superior aos adversários.

Dessa forma algumas entidades optaram por banir o uso, até mesmo com prescrição médica. Nos outros estados americanos e em outros países a TRT é permitida, mas mesmo assim devido a isso Belfort não luta lá desde a vitória sobre Yoshihiro Akiyama no UFC 133, em 2011.

Esse é um tema polêmico e merece ainda muita discussão, mas ao menos Vitor falou a verdade, pois disse que em virtude disso não teria tempo de adaptar seu organismo para a luta, mas estaria disposto a abandonar o tratamento para continuar no UFC.

Até amanhã!