Saudações meus amigos da Tribuna. No penúltimo dia do ano passado em meio as festas de final de ano fomos surpreendidos por uma notícia que chocou a todos: O acidente envolvendo o piloto Michael Schumacher, que caiu e bateu a cabeça numa pedra enquanto esquiava, partindo seu capacete em dois, o que salvou sua vida, porém o trauma gerou supostas sequelas cerebrais, o que o levou ao estado de coma que perdura até agora.

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O acidente chama atenção pelo fato de não ter sido nas pistas de corrida e sim numa pista de esqui, numa velocidade que supostamente não estava tão alta, segundo o que relatou a família e a imprensa naquele momento logo após o acidente.

Ayrton Senna e Anderson Silva, em proporções diferentes, são apenas dois dos vários exemplos de atletas que pagaram o preço pelo risco existente em seus devidos esportes. Mas com “Schumi” (como ele é carinhosamente chamado pelos fãs), a tragédia veio de onde aparentemente menos se esperava e dá até impressão que o destino pregou uma peça, de tão contraditória estranha que parece a situação: Como alguém que vivia a 300km/h com direito a capotagens e explosões, se acidenta gravemente em baixa velocidade numa pista de neve?

Antes de mais nada, é preciso que o leitor saiba que esqui não é algo tão inofensivo assim e cair na neve fofa não é o problema. O problema são principalmente as pedras. Por esse motivo é que as pistas possuem as trilhas pré-determinadas, que são sinalizadas e garantem os melhores e mais seguros locais para a prática do esporte.

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E aqui entra uma questão crucial, pois os oficiais da justiça francesa anunciaram que Schumacher estava esquiando fora da trilha, numa região que ficava entre duas trilhas. Penso que se tinham duas trilhas ao lado e essa região ficou isolada do público, era porque tinha o seu motivo. E aquela informação inicial que ele estava devagar também não foi confirmada oficialmente, apenas falaram que isso não é relevante no contexto a que se deu o acidente.

O gosto pela adrenalina está no sangue de Schumacher e se arriscar faz parte de sua natureza. Nada melhor que as palavras de outro famoso piloto: “Há aqueles que estão tentando ficar fora de problemas e há aventureiros. Nós os pilotos, somos os aventureiros”. Assim disse o pentacampeão da Fórmula 1, Juan Manuel Fangio, na década de 1990. Fora das pistas, Schumi sempre foi um aficcionado por esportes de adrenalina. Além do esqui, também paraquedismo, a motovelocidade e Kart são apenas alguns exemplos.

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Ter problemas em esportes radicais não é um caso isolado entre os pilotos, Robert Kubica se acidentou durante as férias em uma disputa de Rali em Andorra. Mark Webber machucou a perna e o ombro em uma queda numa competição de montain bike. Patrick Tyrell caiu de um planador em 1980. Didier Pironi morreu em um acidente numa corrida de barcos. Emmerson Fittipaldi caiu de um ultraleve, mas sobreviveu e a estrela do rali, Colin McRae, morreu em um acidente de helicóptero.

Todos esses pilotos, incluindo Michael, tem em comum o gosto pela adrenalina e talvez também o fato de sua experiência em seus respectivos esportes tenham se transformado em inconsequência quando foram se aventurar em outras modalidades. Continuamos na torcida por sua recuperação.