Em épocas de Copa, ainda mais no Brasil, a indústria da bebida alcoólica comemora recordes de vendas num período do ano onde geralmente as vendas caem. Logicamente, o calendário onde as festas de final de ano seguidas de carnaval é extremamente benéfico e favorável para o segmento. E agora com a oportunidade de prolongar essa sensação de festa gerada pela Copa do Mundo, os lucros se mantém astronômicos.

continua após a publicidade

Pois é, mas quem lucra são só eles. Literalmente ganham em cima do hábito (para não dizer vício) que mais atrai o povo. Mas será que isso é certo?

Segundo estudos, o álcool mata mais de nove vezes mais do que qualquer uma da drogas mais perigosas. As propagandas na televisão mostram toda aquela galera sarada na praia incentivando o consumo de cerveja e de álcool. No mínimo, como nas carteiras de cigarro, deveria aparecer imagens de pessoas presas nas ferragens devido aos acidentes que essa droga pode causar, ou o indivíduo no fundo de uma cama sozinho com cirrose hepática e abandonado pela família.

A quantidade de alcoólatras entre os mais jovens há muito tempo cresce em um ritmo acelerado e as políticas públicas não dão a devida atenção a isso. Ou melhor, ao meu modo de ver agem de forma totalmente errada e prejudicial ao cidadão. Agem errado ao permitir que tanta mídia e propaganda seja feita para incentivar uma substância que é reconhecidamente perigosa. Não digo que deveria ser proibido, mas não deveria ser feita tanta apologia a ela.

continua após a publicidade

A minha principal crítica em relação a política de combate as drogas do Estado, principalmente em se tratando do álcool, segue a seguinte linha de pensamento:

No caso da maconha, por exemplo, a polícia não está tão preocupada com quem anda com uma pequena quantidade, ela classifica de usuário e quer buscar mesmo a origem, o distribuidor, o traficante, ou seja, a origem daquela droga.

continua após a publicidade

Mas porque no caso do álcool é ao contrário? Pois eles endurecem bastante com o usuário, o que está certo, porém não há preocupação nenhuma em restringir a fonte, ou seja, a indústria, as propagandas cinematográficas com toda aquela gente sarada e bonita (que todo mundo sabe que não tomam cerveja). Que tipo de estratégia é essa? Será que isso não é um problema anunciado? Sim, as autoridades estão fazendo sua parte. Todo mundo sabe que a lei seca funciona mesmo e os bafômetros não perdoam, porém é todo essa apologia a algo que já é viciante por natureza e já tem trazido problemas para as famílias quando nem existiam essas propagandas, imagina agora então.

Quando teremos força política suficiente para tratarmos a propaganda do álcool da mesma forma que foi tratada a propaganda do tabaco? Será que um dia do futuro olharemos essas propagandas lindas atualmente sobre a bebida, da mesma forma que hoje olhamos a falsa ilusão que era o “Mundo de Marlboro”?