Prazer, endorfina!

Saudações amigos.! A frase “eu não sinto prazer em fazer exercícios” é com certeza uma das mais escutadas pelos professores de academia e profissionais da área, todos os dias.

As pessoas que não sentem prazer em se exercitar acham que o prazer que algumas dizem sentir é um tipo de prazer conceitual de tarefa cumprida, como depois que você lava uma louça ou que termina seus relatórios no computador.

Com certeza o exercício também traz esse tipo de contentamento pelo cumprimento da tarefa, mas é muito mais que isso. O prazer que ele gera não é apenas conceitual, mas definitivamente real e fisiológico e muito perceptível. E é disso que vamos falar hoje.

Todos sabem, ou ouviram falar que os exercícios físicos geram as endorfinas (endogenous morphine), que significa a morfina que seu próprio corpo é capaz de produzir.

Depois de uma atividade física de média duração o corpo secreta dopaminas e opiáceos, que revigoram e ao mesmo tempo induzem a um estado de contentamento e também um profundo relaxamento consciente e desperto. Ou em outros palavras, você sente-se leve e energizado.

É muito simples exemplificar e entender como esses agentes fisiológicos atuam em nosso humor e nossa disposição. Permitam-me citar apenas um exemplo:

Alguma vez você foi para praia a fim de dar uma relaxada. Daí aparece aquela pessoa da turma, sempre “ligada nos 220volts”, e consegue fazer a cabeça da maioria para fazer uma trilha, ou melhor subir um morro para ver a vista lá de cima.

Puxa, coisa super normal, mas naquele dia você não estava a fim, já estava deitado na rede com uma lata de cerveja da mão e não tinha muita perspectiva de se mover muito daquele estado. Mas enfim, não lhe resta outra alternativa a não ser ir com eles.

Na saída, seu corpo parece engessado e você precisa fazer força para se locomover. Mas logo mais a frente, você sente a energia da natureza e começa a sentir seus pés mais adaptados ao terreno. Nesse momento emerge a ancestralidade que todos temos, pois milhares de gerações anteriores se adaptaram e viveram nesse tipo de ambiente e temos isso enraizado em nossos córtex. Então, você que não quer ficar por último, dá um gás na subida e ativa os mecanismos ancestrais da competição, ao mesmo tempo em que a sensação do coração pular na garganta seca, lhe faz lembrar quando era uma criança e também nesse momento existe um reencontro e uma reconexão muito preciosa consigo mesmo.

Ao chegar lá em cima e contemplar aquela vista, aquela imensidão, você sente uma sensação indescritível e fala para si mesmo “que bom que eu vim!”. Isso é a endorfina. Pegue esse exemplo e amplie para um ano. No começo é difícil, depois existe o reencontro e por fim o prazer. No começo você faz força para produzir a endorfina, mas depois seu corpo vai lhe mover em direção a ela. Até amanhã.