O problema não é o que você faz, mas o que deixa de fazer

Muito bom dia meu amigo leitor, que me acompanha nesta segunda-feira de carnaval. Tenho certeza que você está aproveitando o feriado bem, em paz, curtindo descansar, e também festar, mas com consciência, com responsabilidade e amor próprio.

Quem se cuida, come bem e faz exercícios, pode tomar uma cervejinha de vez em quando, também pode exagerar um pouco na comida nestas ocasiões especiais, afinal de contas, isso funciona como um bônus, um merecimento. Essas pessoas sabem que a maior parte do tempo de suas vidas é dedicada à forma ativa e saudável de se viver, então ocasionalmente “pisar na jaca” é válido e positivo.

Por outro lado, as pessoas que já pisam na jaca sempre, nesta época então sapateiam nela. Eles esperam ansiosamente estes dias, onde “tudo é liberado”, e direcionam boa parte de suas economias (ou dívidas) nisso. Para essas pessoas, o que vale é aproveitar da melhor forma possível, e isso inclui comer e beber o dia inteiro, desde a hora que levanta até a hora de ir deitar.

E é exatamente nessa questão que eu quero chamar a atenção do leitor, pois a indústria que se alimenta disso, vestida de costume e tradição cultural, quer exatamente isso: que você ligue um botão de “dane-se”, (pra não dizer outra coisa antes do “se”), desde a sexta-feira de carnaval, até a quarta-feira de cinzas, que é quando a magia acaba, e a realidade vai voltando.

E essa realidade é pesada para quem não tem uma válvula de escape, como o exercício físico por exemplo, para reciclar as energias físicas e mentais do dia a dia urbanizado, e das relações sociais modernas. Pois para muitos a sensação é que o ano começa realmente a partir de agora.

Segundo o famoso sociólogo italiano Domenico De Masi, as pessoas estão tão acostumadas a deixar o prazer de lado na hora de trabalhar e durante a maior parte do tempo, que nos momentos e datas onde se tem algum tempo livre, querem compensar todo o esse tempo “escravizado” na forma de algo intenso, que os faça ir pra bem longe disso, o que invariavelmente passa pelo excesso dos prazeres físicos, como excesso de comida, bebida, drogas, sexo irresponsável, etc.

Isso as faz viverem polarizadas e em conflito interior e dificulta de encontrar alegria e contentamento no tempo presente. Se estão esperando o próximo feriado, estão no futuro. Se estão culpados pelo que aconteceu, estão no passado. Viver assim dificulta a tomada de iniciativa, e suga as energias de cuidar e gostar de si próprio. Por isso estas pessoas são desanimadas e sentem-se fracas no dia a dia, na rua no trabalho.

Concluindo isso tudo, o pensamento é esse: nada é proibido e não é o que você faz que faz mal. Mas é o que deixa de fazer por si próprio. E o que deixa de fazer é por exemplo, deixa de fazer exercícios, deixa de tomar café da manhã, deixa de tomar água, etc.

O dia que tiver tendo essas atitudes e hábitos positivos para com você mesmo no dia a dia, aprenderá a viver melhor no tempo presente e aproveitar tudo o que a vida oferece, sem culpa e com saúde.

Bom Feriado!