Saudações, meus amigos. Hoje vou contar uma história que traz um conceito que eu gostaria de partilhar com vocês.

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Pois bem, pegaremos pai e filho. Chegam juntos para se matricular numa academia, ambos precisando perder peso. O Pai, 47 anos, criado no interior, era artilheiro do time da escola. Veio pra capital e se dedicou aos estudos, trabalho e família, parou com os exercícios e, também pelo descuido com a alimentação, hoje se encontra em sobrepeso.

O filho, 16, legítimo “piá de prédio”, criado sem muito contato com atividades físicas, muito conectado à tecnologia e a “rede”, porém extremamente desconectado, descuidado e relaxado com seu próprio corpo.

Para qual dos dois a tarefa de emagrecer será mais difícil? Engana-se quem acha que o pai, por ser mais velho, irá emagrecer de forma mais lenta. Em condições de saúde normais, ambos teriam a mesma capacidade de perda de peso.

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Algumas pessoas acreditam que o metabolismo vai ficando mais lento com a idade e por isso o pai demoraria mais para emagrecer. Mas não é isso que temos observado na prática. Pois ao passar dos primeiros meses, já se vê muito mais o pai na academia que o filho.

Apesar dessa história ser impessoal, ela é real. A faixa de idade mais madura tem fidelizado muito mais ao estilo de vida saudável a partir do momento que é apresentado a ele, do que os jovens e adolescentes.

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Para entender porque isso acontece, precisamos voltar uma última vez nessa história. E perceber que para o pai isso foi um resgate. Ao começar a trotar na esteira, lembrou-se de quando era uma criança e corria pelos campos. Logo aumentou a velocidade e sentiu-se como a tempos não se sentia. A partir daquele dia ele percebeu que não poderia mais viver sem aquilo.

Já o filho, olhando o pai correr na esteira ao lado, resolve acelerar também. Porém para ele não é um resgate de nada, muito pelo contrário: é hostil e desconfortável. Suas brincadeiras nunca foram assim. O suor lhe incomoda (já ouvi de muitos adolescentes “eu odeio suar”), e a acha que está passando mal quando sente o coração palpitar na garganta seca de tanto respirar com a boca aberta.

Lógico que para ele será mais difícil manter a continuidade dos treinos, então nesse caso a juventude não foi um ponto a favor. Acredito que devemos ajudar os jovens a entenderem que, apesar de sua criação e hábitos serem diferente do que foi no tempo de seus pais, eles ainda possuem o mesmo compromisso com a atividade física, quer gostem disso ou não. E talvez essa mesma falta de prazer dessa geração com os exercícios físicos, seja o mesmo desprazer que os mais velhos sentem frente a exigência de se adaptar as novas tecnologias, e de se conectar a ao mundo virtual. É um assunto interessante.