Saudações amigos. Hoje nosso papo será sobre o mundo das lutas. Mais especificamente sobre a preparação física dos atletas de MMA. E para falar disso com propriedade, ninguém melhor que o preparador físico Fabrício Pacholok, que também é atleta, tanto de MMA quanto de Fisiculturismo. Fundador da metodologia de treino Rumo ao Sinistro, é pós graduado em treinamento individualizado e qualidade de vida. Vice-campeão mundial pela WLPJJ (World League Pro Jiu Jitsu). Por conta de sua larga experiência, é preparador do lutador do UFC Cristiano Marcello, entre outros.
Agradeço a ele por ter dispensado tempo e escrito algumas palavras sobre a preparação física dos atletas de MMA especificamente para o leitor da Tribuna. Confira:
“Originário do Vale-tudo no Brasil, o MMA com regras mínimas foi promovido como uma competição para determinar a arte marcial mais eficiente. Não demorou muito para os combatentes perceberem que se quisessem ser competitivos entre os melhores, precisariam treinar outras artes marciais, começaram a se tornar atletas completos, de habilidades equilibradas, que poderiam lutar em pé ou no chão. Essa mistura de estilos de luta e habilidades tornou o esporte conhecido como artes marciais mistas (MMA, mix marcial arts).
Os lutadores foram percebendo que aliado à parte técnica deveria vir um preparo físico invejável, ou seja, um lutador completo deve ter uma boa base em pé (muay thai, boxe), no jogo de quedas (judô, wrestling) e de chão (jiu jtsu).
Há uma frase comum no MMA: ‘um faixa preta sem gás vira um faixa branca’. Por melhor e mais técnico que seja o lutador, se a parte física acabar antes do final da luta, o atleta fica entregue. Um telespectador não tem noção do quanto é desgastante uma queda, a troca de força na grade, ficar por baixo tomando porrada, ou mesmo dando golpes, sem contar a adrenalina que também pode consumir com as forças e preparo do atleta. Basta alguns minutos chutando ou tentando sair de um golpe para alguém não preparado estar completamente exausto.
A preparação física do MMA deve ser muito completa, pois estes atletas entram na jaula para ‘matar ou morrer’, eles precisam estar prontos para nocautear nos primeiros segundos (o que exige muita força e explosão aliado à técnica) ou aguentar até o último segundo (para vencer por pontos, ou ainda conseguir um nocaute ou finalização nos últimos instantes (necessário muita resistência e ainda conservar potência nos golpes até o fim).
Esses atletas precisam fazer musculação, corrida, tiros de velocidade, simular golpes com altas cargas. O preparador físico precisa simular o combate e expor no treino situações mais árduas do que na luta. São grandes guerreiros e exemplos de superação diária, afinal de contas, subir num octógono é para poucos. Como se diz no meio da luta, ‘treino duro, luta fácil’”.