Saudações, amigos. Muito tem se falado na Copa do Mundo. Alguns defendem seus benefícios e um possível “legado” positivo a ser deixado por esse mega evento em nosso País. Outros atacam a ordem de prioridade das coisas, não são contra o evento esportivo em si, (como eu por exemplo). São contra usar o evento como uma forma de tirar o foco dos outros problemas da nação, a velha política do pão e circo. Se o futebol deixa o povo feliz a ponto de esquecer os problemas, então que o futebol seja a prioridade total.

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Esse é o circo, e o “pão” são as políticas de transferência de renda, as bolsas família da vida, que tiram a fome, mas não criam um cidadão auto suficiente e capacitado. Só que fome é fome, e numa situação de subdesenvolvimento como a nossa, isso se torna até aceito e talvez necessário. Então nesse “pão e circo”, já que não podemos abrir mão de dar o pão, eu trocaria o circo (Copa), por educação, por exemplo.

Dessa forma, dentro de algumas gerações, não precisaríamos mais dar o pão, porque cada um seria capaz de comprá-lo numa sociedade capitalista justa. Talvez tudo isso seja uma utopia, mas a consciência política se faz necessária nos dias de hoje. Por estar extinta é que vemos as aberrações que acontecem na câmara, no senado e até na cúpula da Presidência da República, cada vez mais.

“Mas porque o Pajé está falando de política, se a coluna dele é sobre esporte e saúde?”

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Porque escondido sobre o manto sagrado do esporte se esconde uma política suja, que suga os recursos de todos os outros esportes, inclusive o dinheiro que seria para a saúde do povo.

E eu aqui tenho o papel de porta voz dos outros esportes, que esse ano não conseguiram muitos investimentos. E também dos atletas que não são jogadores de futebol, que perderam muitos contratos de patrocínio. É ano de Copa do mundo e todas as empresas querem lucrar com isso, ou ao menos não querem ficar fora.

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E dessa forma o atletismo, a natação, o voleibol, o basquete, a ginástica olímpica, enfim, todos os outros esportes, que normalmente já não recebem muitas verbas e investimentos, nesse ano então tiveram uma perda muito maior. A maioria com seus centros de treinamento sucateados. Isso quando existe ao menos algum centro de treinamento, uma vez que muitos atletas tem que morar fora do país para poder treinar.

Quero muito mesmo que exista o legado positivo para o esporte, a ser gerado por esse evento. Já nem discuto mais a questão dos superfaturamentos, também não verei problema de somente um esporte receber a atenção total. Porém apenas me pergunto se daqui a alguns anos, teremos mais jovens jogando bola nesses espaços construídos e menos garotos na rua fumando pedra? Ou serão apenas elefantes brancos em cidades sem escolas? Que o tempo escreva a continuação dessa história…