Quem tem cachorro provavelmente já precisou lidar com pelos espalhados por toda a casa. A queda é natural, assim como acontece com os humanos, mas alguns fatores podem contribuir para agravar esse quadro, entre eles, a época do ano: é no verão que os os pets caninos mais soltam pelos. “Nessa estação, o cão passa por uma renovação do pelo para que tenha uma pelagem nova durante o inverno, protegendo-os das temperaturas mais baixas”, explica Kelly Choque, médica-veterinária dermatologista do Hospital Veterinário Batel (HVB).
Ela ainda esclarece que a idade do pet, o tipo do pelo e a raça também podem influenciar nessa queda. “Cães mais idosos, fêmeas durante o cio ou gestação ou que tenham uma pelagem mais curta costumam perder mais pelos, por exemplo”, detalha Kelly. A veterinária, no entanto, diz que é possível diminuir a quantidade através de algumas estratégias alimentares e estéticas. Confira abaixo cinco dicas para diminuir a queda dos pelos:
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1. Escovação frequente e correta: a veterinária explica que escovar frequentemente os cães auxilia na retirada dos pelos mortos, evitando assim que fiquem espalhados pela casa. Além disso, a dermatologista alerta para a escolha correta de escovas adequadas para cada tipo de pelagem, além da importância de sempre escovar no sentido do crescimento do pelo. “Isso vai garantir que a escovação não cause desconforto ao pet”, explica.
2. Realização de tosas periódicas em raças que possuem essa indicação: cães de pelos longos precisam passar por tosas frequentes não só para diminuir a queda de pelos, mas principalmente para diminuir o desconforto e melhorar a qualidade de vida do pet, especialmente no verão. “Mesmo assim, é importante que a tosa seja realizada por um profissional especialista, pois o excesso de corte também pode ser prejudicial”, alerta Kelly.
3. Higiene adequada com banhos frequentes, utilizando xampus neutros e/ou hidratantes: quanto mais o pelo do cão estiver hidratado e limpo, maior será sua resistência e durabilidade. Portanto, Kelly ressalta a importância de ter uma rotina de banhos frequentes, em casa ou no Pet Shop, sempre optando pelos xampus neutros e hidratantes para uso específico em pets. “Nunca utilize produtos destinados a humanos para pets. A formulações químicas e os compostos são diferentes, podendo causar severas alergias, lesões e outras complicações dermatológicas”, alerta a veterinária.
4. Alimentação balanceada, rações ou alimentos de boa qualidade e se necessário, suplementação vitamínica: o ideal é optar por rações de marcas conhecidas e de boa procedência. Investir, neste caso, é zelar pela saúde do pet. Já se o tutor optar por alimentação natural, é importante consultar uma nutricionista veterinária, para prescrever uma dieta adequada para o cão. “O uso da suplementação depende da avaliação de um veterinário e não é recomendado iniciar um tratamento antes disso. Mas geralmente é feito com Ômega 3 ou complementos a base de Cistina. Inclusive, existem rações que tem o Ômega 3 em sua composição. São mais caras, mas já auxiliam a diminuição da queda de pelos”, explica.
5. Contato frequente com sol ajuda em síntese de vitaminas e no reforço dos pelos: o banho de sol diário não é recomendado apenas para os humanos. Os cães também precisam de uma rotina longe da sombra todos os dias. Isso ajuda a produzir vitamina D, essencial para o fortalecimento dos pelos. Além disso, é benéfico também para os ossos e articulações dos cães. “Por isso, é importante que o pet não fique apenas dentro de casa ou em lugares fechados, mas que tenha a chance de ir a ambientes ao ar livre e desfrutar do sol ao menos 15 minutos por dia. Mas vale o alerta que em excesso, a luz solar pode ser prejudicial. O importante é o equilíbrio.
FIQUE DE OLHO: DOENÇAS TAMBÉM PODEM CAUSAR QUEDA NOS PELOS E PRECISAM SER INVESTIGADAS E TRATADAS
Segundo Kelly, em alguns casos a queda do pelo pode significar que há algo de errado com o pet. Por isso, ela aconselha que os tutores fiquem atentos a outros sinais, além da queda de pelos:
- Doenças alérgicas: coceira intensa, descamação, lesões, inflamações nas orelhas e nos olhos;
- Deficiência nutricional: pelos sem brilho, fracos e com aspecto áspero que caem de forma generalizada;
- Ectoparasitas (como pulgas e carrapatos): coceira intensa, mais acentuada na região próxima do rabo;
- Estresse: normalmente, a queda é localizada nas patas por causa da lambedura excessiva, seguida de lesões;
- Fungos: podem provocar coceira, queda de pelo e descamação;
- Problemas endócrinos: queda generalizada, que pode ser acompanhada de lesões em forma de crosta e coceira leve.
A médica-veterinária do HVB aponta que, caso o cachorro esteja perdendo pelo de forma excessiva ou apresente algum tipo de lesão ou coceira excessiva, é preciso levá-lo a uma consulta especializada com dermatologista veterinário para explorar as causas dessa queda, iniciando tratamento que envolve diversas abordagens.