*Atenção! O texto abaixo contém spoilers.
Chegou ao final a primeira temporada da série mais autêntica sobre música nos últimos tempos. Vinyl (HBO) deixou no ar o cheio de cigarro dos escritórios acarpetados dos anos 1970, misturado ao álcool e ao suor das intermináveis festas das bandas com suas groupies, fãs, produtores e sanguessugas em geral. Tudo com muito Punk, Disco, Rock’n Roll e Hip-Hop.
Além de todo o universo das gravadoras e show business da época, é interessante a reflexão sobre como os artistas chegavam até nós, e sobre como chegam hoje, as diferenças fundamentais, equipes envolvidas, intrigas, políticas, subornos, estratégias comerciais, etc. É um universo surpreendente, encantador e ao mesmo tempo underground e sem glamour.
O ponto alto dos últimos episódios está na manobra louca do produtor Rich Finestra (Bobby Cannavale) para tentar contratar ninguém mais ninguém menos do que Elvis Presley, que estava descontente com a gravadora RCA. Cannavale, aliás, encarnou o protagonista com maestria. Junto com ele, o destaque vai para Jack Quaid, que interpreta Clark Morelle, um agente que é rebaixado de cargo na gravadora. E também Juno Temple, que é Jamie Vine, a garota que descobre a banda que vai salvar a pátria na última hora, mesmo após muita encrenca, crises de ego e a iminente falência da empresa.
Algumas curiosidades familiares na série: Jack Quaid é filho de Dennis Quaid com a atriz Meg Ryan. E o vocalista da banda Nast Bits, Kip Stevens, é James Jagger, filho de Mick Jagger. A criação e produção de Mick Jagger e Martin Scorsese dão a tônica à série, e logicamente que a trilha sonora não decepciona em nenhum momento. A série está devidamente renovada para a segunda temporada e é transmitida simultaneamente para a HBO no Brasil.