Enquanto a internet borbulha a caminhada final de Game Of Thrones, ou o cancelamento precoce de Vinyl, prefiro comentar Penny Dreadful, a série que parecia, ao menos antes de eu finalizar os episódios, que estava sendo injustiçada, cancelada precocemente, em mais um dos intermináveis caprichos da indústria.
Não é verdade. A ideia era uma série de terror clássico, recheada de elementos psicológicos modernos, mas com o clima, a poesia e o medo presente nos textos. A missão foi cumprida à risca, sem faltar sequer uma linha.
O Terror de Penny Dreadful, além de carregado de personagens icônicos, mostrou à uma importante e jovem parcela da audiência, um pouco do gosto das boas histórias ofuscadas pelo banho de sangue do terror moderno. E isso deixou os fãs inconformados com o final da série. É difícil achar entre a audiência quem não se comoveu com Rory Kinnear interpretando o monstro de Frankestein, ou não tenha ficado no mínimo intrigado com as experiências demoníacas vivida por Vanessa Ives (Eva Green). A verdade no entanto, é que a série fechou seu ciclo de maneira perfeitamente aceitável, com todos os fatos resolvidos, e uma beleza incrível no roteiro da sua despedida.
O Terror que Penny Dreadful trouxe para a televisão é aquele que junta as canções tristes e melancólicas dos momentos de luto e derrota, e faz delas um belo roteiro, cujo ápice foi poético, mesmo em meio ao sangue, inevitável a essa altura da história.
Uma série com um epitáfio digno de Mary Shelley, Oscar Wilde e Bram Stocker. Que venham outras mais.