Este é o nome dado a um estado psicológico de alguém que sofreu alguma intimidação, geralmente refém de sequestro, que acaba por admirar seu agressor criando uma relação de empatia, defesa e comprometimento. Em muitos casos, até apaixonando-se pelo sequestrador.
Fãs de séries, seriadores e colunistas sofrem de algo parecido com isso. Não são raros os casos de autoflagelo diante da tela com enredos que já sabemos que não serão satisfatórios. Mas a verdade é que, no coração destas pessoas, arde uma esperança de recuperação, de redenção da história, de que uma reviravolta traga o programa ao glamour e ápice dos tempos iniciais, geralmente compreendidos ali entre a segunda e quinta temporadas. E a cada final de episódio, quem sofre do distúrbio acaba se perguntando: “Por que mesmo eu assisto isso?”.
No meu caso, pertencendo a este sofrido grupo social, e como parte de uma terapia libertadora, nomeio algumas das minhas algozes:
Supernatural: Não sei explicar, mas creio que seja somente por querer que tudo volte a ser como era na quinta temporada.
Anger Management: Fiquei órfão de Charlie Sheen em Two and a Half Men e minha esperança era que mantivesse o nível. Foi em vão.
Two and a Half Men: Fiquei esperando Charlie Sheen voltar.
The Following: Também não sei explicar, talvez eu esteja esperando Kevin Bacon dançar Footloose.
Hannibal: Acho que estou assistindo porque gosto das receitas gastronômicas que aparecem na série. Podia acontecer um Master Chef Canibal, é só uma ideia.
Dados esses nomes, sinto-me bem melhor. Por isso, digo: não desanimem amigos! O Natal está chegando e é hora de refletir e renovar a grade de séries. Uma boa faxina na planilha de todos é o que eu desejo de todo coração, para que possamos desfrutar de temporadas mais convincentes, dinâmicas e que não nos prendam como reféns. Façam o exercício acima e verão como tudo fará mais sentido!
Feliz Natal a todos e obrigado por me ouvirem (ops, lerem).