Na Londres da era vitoriana, seus maiores atrativos, com certeza, eram seu clima bucólico, a névoa, as ruas escuras, a iluminação precária, as capas, chapéus e charmosas carruagens. Nos becos, a prostituição, o comércio, e uma Scotland Yard (agência de investigação) perdida entre tantos crimes e lendas. Nesta época, surgiu, por exemplo, Jack Pés-de-Mola, um assassino frio e sanguinário. Mas não o confunda com o mais famoso de todos, Jack, O Estripador, jamais capturado e protagonista de um legado imenso de histórias e teorias. Essas criaturas eram presença constante nos jornais impressos em material barato, direcionados às pessoas de classes mais baixas. Esses impressos chamavam-se Penny Dreadful, pois custavam apenas um centavo aos londrinos do subúrbio.
E é neste clima que chega até nós a série Penny Dreadful. Nela, os criadores John Logan e Sam Mendes colocam a estonteante Eva Green (Vanessa Ives) numa história na qual nossos maiores medos se encontram em situações das mais inusitadas. Tem Dorian Gray, Frankenstein, vampiros (mesmo), videntes estranhos e Van Helsing deve aparecer para abrilhantar a história. No elenco também estão os atores Josh Hartnet (Ethan Chandler) e Timothy Dalton (Sir Malcon). Na trama, Malcon tem a filha raptada por uma das estranhas criaturas que vivem em Londres e se alia a Chandler e Vanessa para uma caçada implacável.
Além do terror, a série traça perfis interessantes em torno do estilo de vida das personagens. Pode-se notar, por exemplo, a vaidade exacerbada de Dorian Gray ou ainda a obsessão científica pela morte do Dr. Frankenstein. Penny Dreadful junta todos os elementos para dar certo. Os fãs mais convencionais, que deixaram de ver histórias de vampiros por motivos óbvios, devem gostar do enredo e das cenas, o que justifica a boa audiência adulta até agora nos Estados Unidos. Vai estrear por aqui no próximo dia 13 de junho, na HBO. Pra ver de janelas e portas trancadas.