Atenção! Este texto contém spoilers.

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Convenhamos que The Walking Dead não tem dado motivos reais para estar com essa audiência fenomenal nos Estados Unidos, além do fato das HQ’s serem conceituadas no universo pop, o que talvez tenha facilitado a aceitação dos fãs.

Precisamos entender por que continuamos assistindo a Rick Grimes (Andrew Lincown), o protagonista de pouco poder de liderança e cujo sofrimento termina por abalar o grupo todo. Ou ainda, por que Tyreese (Chad Coleman) tornou-se um conselheiro sentimental e politicamente correto, cujos diálogos parecem irritar até os próprios personagens. Mesmo com esses problemas visíveis na composição, até a quarta temporada, a história estava bem construída, sobre um bom argumento, enquanto pipocavam zumbis por todos os lados.

Até que o confronto na prisão com o grupo do Governador (David Morrisey), na quarta temporada, mudou a percepção de mundo dos roteiristas. Sangrar Hershell Greene (Scott Wilson) foi o grande impacto do final da meia temporada ano passado, e com certeza foi um dos pontos altos da série. Hershell, na ocasião, morria após um diálogo invejável entre Rick Grimes e o Governador, que disputavam a fortaleza que, até então, era o lar do grupo de sobreviventes. Funcionou muito bem e também foi o início de mais algumas situações chocantes, envolvendo as crianças, logo depois que a série voltou do hiato.

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Mas podia ter parado por aí e tentar criar algo mais para o roteiro. Repetindo a fórmula da quarta temporada, optaram por matar Beth Greene (Emily Kinney), porém, numa espécie de acidente sem sentido num atrito com Dawn Leme (Christine Woods).

Uma decisão desnecessária, mesmo porque não existe uma proposta direta de se manter fiel à história dos quadrinhos, mas sim uma liberdade de criação nestes personagens. Beth morreu e pode ter sido somente por um capricho do corpo de direção da série, algo para deixar mais impactante e gerar ansiedade no hiato da temporada.
Poderíamos pensar que o problema fosse a família Greene. Porém, se decidissem matar Maggie (Lauren Cohan), não teríamos mais motivos para acompanhar a trama. Ou podemos esperar que os zumbis se tornem os verdadeiros heróis deste mundo caótico.

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