Não sou a favor de heróis vivos. Todos as figuras homenageadas ou biografadas em vida ainda poderão nos decepcionar. Prefiro a biografia de heróis mortos, pois só poderá ser contestada por nós mesmos e pelos historiadores, e não pelos próprios com atos que possam ferir seus testemunhos anteriores.
A minissérie Pode Me Chamar de Francisco, do Netflix serve para confirmar a voracidade midiática em explorar lideranças, sejam políticas, religiosas, ou qualquer pessoa que se destaque por qualidades pessoais e, com isso, gere burburinho na internet.
Por outro lado, é importante a abordagem à ação de Francisco durante a sangrenta ditadura militar argentina, seu jogo de cintura ao lidar com a situação perante os militares, enquanto ajudava perseguidos políticos a fugirem do país.
Para quem é mais ligado à religião, é sempre interessante essa humanização da figura do papa, colocada pelo clericalismo católico à uma distância quase inalcançável pelos fiéis. Aproximá-lo do povo é um dos acertos desta história, e bom para a imagem do líder espiritual da Igreja Católica, sempre visto com muita pompa e circunstância, quando, na verdade, é apenas o que foi o apóstolo Pedro: um pescador.
Obrigado pela leitura e boa semana a todos!