Estamos cada vez mais ligados à tecnologia, é fato. Do momento em que acordamos, até o final do dia, passando pelo trabalho, casa, relações pessoais, ela está inserida em tudo, e se observarmos de um certo ângulo, de um maneira assustadora.
Neste contexto está a série britânica Black Mirror, inserida no catálogo da Netflix. Ela mostra uma sociedade cuja dependência tecnológica afeta todos os seus aspectos comportamentais, sentimentais, políticos, expondo de maneira satírica a paranoia tecnológica dos nossos tempos.
Charlie Brooker, o criador da série, confessou ter sido fã da antiga série Além da Imaginação (CBS), e a dinâmica de Black Mirror a lembra mesmo, com histórias diferentes e elenco diferente a cada episódio, mas com a ideia central unindo a todos eles.
Um roteiro que leva à reflexão humana é o grande chamariz da série, seja pela autocrítica, pela sensação de conhecer alguém que age como os personagens, ou pelo susto que leva ao comparar o comportamento narcisista e exibicionista da vida real com o enredo da série. Destaque para a história da jovem que vive em um mundo onde o número de likes e avaliações positivas nas redes sociais influencia diretamente na sua condição social. Neste mundo, quem tem menos avaliações, é excluído da sociedade, inclusive com bloqueio de acesso a determinados lugares.
Com episódios de uma hora de duração e temporadas curtas, Black Mirror é uma das melhores surpresas dos últimos anos.
E você, ganhou quantos likes hoje?