Liberada recentemente pelo Netflix, a série House Of Cards chega à sua quarta temporada com a tônica do relacionamento entre Frank e Claire Underwood e pautada em uma intrigante disputa política interna do casal. A maneira como os fatos pessoais de cada um resultam em atitudes políticas do outro são o tempero de uma série que passou de uma temporada para outra com a dura missão de continuar com a mesma temática sem cair em uma rotina.
Assessores e lobistas do casal travam uma batalha de bastidores que beira a insanidade, num jogo de especulações que nos leva, e muito, a refletir sobre o que pode acontecer num ambiente carregado de corrupção, e torna inevitável a comparação, mesmo que mínima no modus operandi da nossa política por aqui. Inclusive a própria Netflix usou o nosso atual momento para divulgar a série, com um recado de Frank para o Brasil. Independente do desfecho de uma produção de ficção, é natural que haja inspiração em fatos ou demandas sociais reais. Quando esta coluna for publicada, será um dia depois das manifestações no Brasil, e de longe, espero que não precisemos chegar à conclusão de que Frank ou Claire Underwood sejam exemplos de políticos ou gestores. Afinal, está difícil aguentar essa “maratona” da vida real por aqui.