No início de 2013, Marta Kaufmann, criadora da série Friends esteve no Brasil. Ela participou do Programa de Desenvolvimento de Roteiristas do Projac, e na época, polemizou ao criticar as novelas brasileiras. Para Marta, as séries com temporadas são uma tendência natural no mercado latino.
Neste ano, já podemos notar uma atitude diferente da Rede Globo em relação às séries. Já tivemos A Teia, Amores Roubados, A Mulher do Prefeito, Doce de Mãe e estamos em meio a O Caçador e Segunda Dama. Um número bem maior de produções que se junta às que já estavam na grade: A Grande Família (última temporada), Pé na Cova (que, na minha opinião, está mesmo com o pé na cova) e Tapas e Beijos.
Essa última mantém média de 21 pontos de audiência, o que não é nada ruim quando a atual novela das 21h tem ido a 29 pontos, e com pelo menos o triplo da verba publicitária. Mas Tapas e Beijos agrada por seus diferenciais, observemos:
Escrita por Claudio Paiva (Casseta & Planeta), a série conta com um elenco que não está desgastado por atuações constantes em novelas. Fernanda Torres (Fátima) e Andréa Beltrão (Sueli) trazem consigo um público saudoso do humor sem noção e sem pretensão dos anos 1980. Se uniram muito bem a Vladmir Brichta (Armane) e Fábio Assunção (Jorge).
O talento dos quatro principais ainda se completa com outros excelentes personagens: Djalma (Otávio Mueller), Flavinha (Fernanda de Freitas), Seu Chalita (Flavio Migliaccio), Lucilene (Natalia Lage). Assim como o texto, todos são leves e de grande aceitação popular. Deste modo, Claudio Paiva mantém, há quatro anos praticamente a mesma sequência de roteiro, com situações sempre muito semelhantes, mas que nos parecem sempre uma grande novidade, por que há ritmo, sintonia e harmonia.
Pelo conjunto da obra, e pelo que temos visto na TV aberta, Tapas e Beijos certamente é a melhor produção do gênero. Outra boa surpresa deste ano foi o humorístico Tá no ar: A TV Na TV, que mostra que a Globo tem mais facilidade para o riso neste tipo de produção, mas fica para uma próxima.