Com quatro episódios exibidos, ainda há uma incerteza muito grande em relação à série The Leftovers (HBO). Todos os episódios até agora tiveram um roteiro que direciona os espectadores à dúvida e uma grande carga de informações desencontradas. Mas isso, acreditem, não é ruim. É justamente este mistério que cresce a cada momento que vai dando uma impressão de que haverá longevidade na história, e estamos falando de uma produção de Damon Lindelof, que já fez meio mundo ficar meses em situação de extremo suspense com a série Lost.
A história não é nem um pouco simples, trata-se do desaparecimento de 2% da população mundial em um único dia, que fica conhecido como “Dia dos Heróis”. Passa-se então a acompanhar a história dos que ficaram (The Leftovers é algo como “resto”, em tradução livre) e as teorias que vários grupos desenvolvem para o fato. Surgem seitas estranhas, sinais sobrenaturais e vários conflitos de convivência entre os personagens, que vivem na cidade de Mapleton.
O protagonista é Kevin Garvey, chefe da polícia local, cuja esposa Amy (Laurie Garvey) o abandonou para entrar numa destas seitas. Nesta mesma seita está a recém-admitida Meg (Liv Tyler), e vamos poder seguir os passos dela na iniciação. Neste culto, chamado Guilty Remnant (Culpados Remanescentes) as pessoas vestem branco, fumam muito e não conversam abertamente umas com as outras, tampouco com as pessoas de fora. Essa é apenas uma das estranhezas da série.
Com produção requintada, boa trilha sonora e personagens marcantes, a história tem tudo para vingar com sucesso na televisão. Mantendo uma linha de suspense psicológico, The Leftovers traz como tema central as várias reações das pessoas diante da ausência inesperada daqueles que amam. A indignação e a inconformidade dão a tônica do texto baseado no livro de Tom Perrota, lançado no Brasil sob o título de Deixados Para Trás. Há que se ter cuidado, porém, com o roteiro, para que não se perca em devaneios, e que não deixe para trás os espectadores.
Aos sábados, 22h, na HBO.