O desconforto e a irritabilidade com os óculos e lentes de contato são itens preponderantes para levar o paciente à sala de cirurgia.

Quando o assunto é visão, 60% dos brasileiros que não enxergam bem preferiam estar bem longe dos óculos. Se há alguns anos a idade máxima dos interessados em solucionar seus problemas de visão tinha até 39 anos, hoje 37% têm mais de 40 anos. A cura definitiva é almejada por 72% dos que querem se livrar das armações e os motivos vão desde melhorar o visual, praticar esporte, dirigir, paquerar, acompanhar aulas, palestras e filmes com maior facilidade, até dormir vendo TV. Outros 28% disseram não se adaptar aos óculos ou lentes de contato. Estes são resultados de um estudo desenvolvido pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP), Leôncio Queiroz Neto. O levantamento foi realizado durante 18 meses com 1.250 pacientes, sendo 754 mulheres e 496 homens, com idade entre 20 e 48 anos.

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O estudo também demonstrou que a córnea fina é o principal impedimento para a realização da cirurgia refrativa. ?É verdade que a cirurgia personalizada permite economizar até 30% da córnea, mas ainda assim existe uma espessura mínima que deve ser mantida?, explica o médico. O segundo maior impedimento são as doenças oculares, como ceratocone, catarata e doenças sistêmicas que dificultam a cicatrização, entre elas, diabetes, aids e lúpus. A incidência de algumas dessas doenças pode causar má cicatrização e ocasionar outras complicações pós-operatórias.

Avaliação pré-cirúrgica

A terceira maior barreira, apesar de ser facilmente tratadas é o olho seco. Em fase inicial, muitas vezes basta o estímulo da produção de lágrima por meio da alimentação ou pela reposição hormonal entre mulheres na pós-menopausa para solucionar o problema. De acordo com Queiroz Neto, como a cirurgia evoluiu rapidamente, 78% das pessoas se confundem com a diversidade de técnicas e 16% temem sentir dor ou ficar com a vista irremediavelmente embaçada.

O especialista comenta que se engana quem pensa que a mais avançada tecnologia é a melhor opção para todos os casos. Queiroz Neto afirma que o resultado final está relacionado a muitos fatores e o mais importante é a avaliação pré-cirúrgica. Sob o aspecto médico, essa avaliação deve incluir além dos exames oftalmológicos mais avançados, o perfil do paciente, sua profissão, seus hábitos e necessidades.

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Na pesquisa, dos pacientes operados, 15,4% tinham aberrações visuais, por isso, passaram por cirurgia personalizada para que essas imperfeições não comprometessem o resultado cirúrgico. O oftalmologista ressalta que a preferência é por cirurgia a laser, que é bastante segura, sendo raras as complicações pós-operatórias. De acordo com o médico, a maioria das pessoas fica tão satisfeita com o resultado que não volta mais ao oftalmologista. É um risco, afirma, porque surgem problemas relacionados ao envelhecimento natural dos olhos, como a presbiopia ou ?vista cansada?, catarata e, mesmo com o grau corrigido, míopes têm maior predisposição às complicações retinianas e precisam de acompanhamento médico freqüente.

Lasik ou PRK?

RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA

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Em cerca de 70% dos pacientes a melhor indicação é a cirurgia pela técnica Lasik. Isso porque o pós-operatório geralmente é indolor e a pessoa pode retomar as atividades rapidamente. A técnica, observa Queiroz Neto, possibilita a correção de até 12 graus de miopia e a estabilidade da visão em um mês, mas já nos primeiros dias a visão é recuperada, em 70% dos casos.

MENOS DESGASTE

Apesar do pós-operatório ser mais dolorido, alguns pacientes são obrigados a passar por cirurgia pela técnica do PRK devido a córnea mais fina. O PRK é indicado para quem tem até seis graus de miopia, não apresenta aberrações visuais, nem ceratocone. Em média os pacientes voltam às atividades depois de três ou quatro dias e a estabilização da visão se dá entre três e seis meses.