Videocirurgia amplia o tratamento da hiperidrose

O suor excessivo, tecnicamente chamado de hiperidrose, atinge cerca de 1,5% da população brasileira. A doença – que é provocada pelo descontrole do sistema nervoso simpático, responsável pelas glândulas sudoríparas – prejudica o indivíduo nas suas relações sociais, e pode causar transtornos psicológicos. Uma nova técnica através de videocirurgia está ampliando o tratamento da doença no Paraná.

Segundo explica o cirurgião torácico dos hospitais Santa Cruz, São Lucas e de Clínicas, Paulo César Buffara Boscardim, o controle da hiperidrose era feito através do uso de desodorantes, adstringentes ou aplicação de botóx -que tinha uma efeito de apenas quatro meses. Mas, recentemente, o indivíduo poderia ser submetido uma simpatectomia torácica, pela qual eram feitas duas incisões de até oito centímetros nas axilas para poder identificar o sistema nervoso. “Mas esse procedimento tem os inconvenientes de uma cirurgia aberta. A duração é de cerca de três horas e requer do paciente de três a quatro dias de internação, quinze dias de afastamento das atividades, além de resultar em muita dor durante a recuperação”, explica.

Através da videocirurgia, o procedimento é muito mais simples. As incisões são de apenas cinco milímetros, por onde é introduzida uma ótica que facilita a identificação da cadeia simpática. O tempo da cirurgia é de cerca de dez minutos. O médico explica que o procedimento tem resultado de 95% a 100% nos casos de hiperidrose palmar, axilar (inclusive em casos de bromidose, caracterizada pelo odor fétido nas axilas), crânio-facial e rubor facial, e de 60% na plantar (região lombar). A principal vantagem dessa técnica é que o paciente pode ter alta horas depois da cirurgia.

Esse novo procedimento é indicado para pacientes a partir dos dez anos de idade e para pessoas que estejam até 15% acima do peso ideal. Boscardim alerta que a videocirurgia não é recomendada para pacientes que sejam obesos, sofram de doenças da tireóide ou estejam na menoupausa.

A cirurgia – que custa em média R$ 5 mil – é coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em Curitiba, é feita no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Os pacientes indicados para o procedimento precisam aguardar em uma fila de espera, que possuí, em média, trinta pessoas. No hospital são feitas de três a quatro videocirurgias por semana.

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