O aumento da temperatura, a proximidade do verão e as férias escolares são, para muitos, é o sinal verde para frequentar praias e piscinas, de dia, e de baladas, à noite.
Nesses ambientes, os danos ao ouvido podem ser redobrados. Tanto a otite externa, causada pela entrada de água nos ouvidos após o mergulho, quanto a frequência a boates e o uso excessivo de Ipods e MP3 em volume alto podem trazer danos irreparáveis ao sistema auditivo.
Nos casos de otite – inflamações e infecções nos ouvidos – há um crescimento de 70% no verão, por causa do calor e do aumento da umidade no conduto auditivo externo, em decorrência dos banhos de mar e piscina. O tipo de otite mais comum é causado por germes e fungos presentes na água e, nesses casos, as maiores vítimas são as crianças, que não querem sair de dentro do mar ou da piscina.
É bom lembrar que em crianças os casos de otite são frequentes desde os primeiros meses de vida. Estima-se que 20% das crianças de até quatro anos tenham pelo menos uma otite por ano.
No verão, o problema se agrava. Simples infecção, a doença pode ocasionar desde uma perda momentânea até uma perda permanente de audição, se não for bem tratada.
Os pais devem ficar atentos aos sinais da otite, principalmente se a criança está coçando os ouvidos ou apresenta vermelhidão, inchaço ou secreção no local. Os quadros de otite, quando ocorrem com frequência, podem trazer sequelas graves, como a perda permanente do nível de audição, que ocasiona muitas vezes atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios de fala e menor habilidade no aprendizado.
A prevenção é o melhor remédio. O protetor é indicado para aqueles que apresentam otites frequentes e também pode servir como precaução para evitar a entrada de água nos ouvidos.
O uso do protetor auricular é importante para quem gosta de praias e piscinas, inclusive para quem pratica natação. Ele promove o vedamento do conduto auditivo evitando a entrada de água.
“O protetor também pode ser uma alternativa para quem frequenta ambientes com muito barulho, pois ele diminui a intensidade do som que entra na orelha”, explica a fonoaudióloga Isabela Gomes.
A incidência de otites médias, causadas por vírus ou bactérias, é bastante comum em crianças entre 6 meses e 24 meses de idade, principalmente no outono e inverno.
“As crianças são mais acometidas pelas otites médias devido à condição anatômica do ouvido nesta fase da vida e a maior incidência de infecções virais e bacterianas”, registra a otorrinolaringologista Claudia Dividino.
Conforme a especialista, elas acontecem em decorrência de quadros de infecções das vias aéreas, como resfriados comuns e sinusites, e de obstruções nasais crônicas, como rinites ou hipertrofia de adenóides. Abaixo, algumas medidas simples que podem prevenir otites em crianças:
* A alimentação de bebês deve ser feita, preferencialmente, com leite materno.
* As mães não devem amamentar ou dar mamadeiras com as crianças deitadas e sim inclinadas ou sentadas.
* Deve ser dada vacina contra gripe, a partir dos seis meses de idade.
* Manter as narinas livres de obstruções, fazendo uso de lavagens nasais frequentes com soro fisiológico.
* Não fumar em casa, pois a fumaça do cigarro aumenta o risco de infecção no ouvido.
* Nunca pingue nada no ouvido além dos remédios recomendados pelo seu médico.
* Nunca introduza objetos como cotonetes ou lápis no canal externo do ouvido.