Estima-se que 50% das pessoas sexualmente ativas vão adquirir o vírus do HPV em algum momento da vida, embora apenas uma pequena parte deste grupo, sobretudo mulheres, desenvolverá lesões precursoras de câncer de colo de útero.
Recentemente, a Anvisa licenciou o uso da vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV) para meninos e homens entre 9 e 26 anos. Até então, no Brasil, a vacina só era liberada para o público feminino, na mesma faixa etária.
A indicação da vacina para o sexo masculino tem o intuito de oferecer proteção contra as verrugas genitais associadas à infecção pelos subtipos 6 e 11 do vírus, que além dos prejuízos estéticos e do desconforto, são capazes de aumentar o risco de transmissão de HIV/Aids.
Nas mulheres, o vírus está relacionado com mais de 90% das ocorrências de câncer de colo de útero. No Brasil, ainda são registrados mais de 19 mil casos da doença a cada ano.
Devido à alta prevalência da infecção, a probabilidade de se expor ao HPV é grande para quem já iniciou a vida sexual. A vacina já é obrigatória nos Estados Unidos.
“Há diversos estudos científicos voltados principalmente para câncer de colo de útero, que comprovam seu impacto positivo sobre a prevenção dessa doença”, afirma o infectologista Jessé Reis Alves.
No caso dos meninos, a vacina quadrivalente pode proteger contra as verrugas genitais, o que também já havia sido demonstrado nos estudos iniciais que motivaram a implantação da vacina para mulheres. Segundo o especialista, a vacina é segura, pois não traz o vírus ativo e sim fragmentos dele, sintetizados em laboratório.