Urologistas anunciam campanha contra o câncer de pênis

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), José Carlos de Almeida, anunciou nesta quinta-feira, durante o 3º Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, que a entidade lançará, nesta sexta-feira (1º), uma campanha de prevenção contra o câncer de pênis.

O Brasil, a Índia e alguns países da África são os que apresentam maior incidência da doença, enquanto nos Estados Unidos e na Europa ela quase não existe mais, segundo informou o urologista da SBU Aguinaldo César Nardi. O debate foi promovido pela Comissão de Seguridade Social e Família.

“A campanha vai ser iniciada no Maranhão, porque naquela região os índices da doença são muito elevados. O câncer de pênis não deveria existir, é um câncer evitável quando a população está orientada a fazer a higiene do pênis com água e sabão”, disse o presidente da SBU. A instituição distribuirá 40 mil sabonetes e cartazes com a foto do ex-jogador de futebol Zico, que participou da campanha sem cobrar cachê.

Seis meses

De acordo com Almeida, o acesso à informação é necessário porque a doença é grave: pode causar a amputação do pênis, das pernas e até a morte do paciente. Ele lembrou que, entre o diagnóstico e a morte, o tempo médio é de seis meses.

Os participantes do fórum vão sugerir ao governo a criação de um grupo de trabalho, formado por técnicos do Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Urologia. A idéia é mapear e estudar melhor doenças masculinas como a incontinência urinária e o câncer de pênis, de próstata e de bexiga.

Problema cultural

Outro fator para o alto índice da doença no Brasil é cultural. Conforme explicou o presidente da SBU, diferentemente da mulher, o homem é mais resistente na hora de procurar o médico, ao apresentar sintomas como feridas. Eles acabam utilizando remédios caseiros e, quando o câncer de pênis é detectado, a doença já está avançada.

O vice-presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, Ribamar Alves (PSB-MA), destacou que o Brasil está entre os países com maior taxa de doenças masculinas, e disse que algumas sugestões serão levadas ao Ministério da Saúde. “Uma das propostas é que o ministério assuma a responsabilidade de fazer a divulgação das doenças do homem, porque no Brasil ainda existe um grande índice de pessoas analfabetas e com dificuldades culturais. Ou seja, pessoas desinformadas. E grande parte delas não tem condições de prevenir doenças ou até mesmo de tratá-las”, declarou.

O autor do requerimento para a realização do fórum, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), enfatizou que o evento foi realizado para pressionar o governo federal a apoiar iniciativas que possam contribuir para reduzir as graves distorções no âmbito da saúde do homem. Rafael Guerra argumenta que, apesar das campanhas de informação, muitos homens ainda estão desinformados sobre doenças específicas do organismo masculino.

Atualmente, o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde é responsável pela articulação dos programas de saúde da mulher; da criança; do adolescente e do jovem; do idoso; da pessoa com deficiência; da saúde mental; do trabalhador; e no sistema penitenciário. As doenças masculinas ainda não têm um programa específico.

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