Universitários apresentam maus hábitos de saúde

Pesquisadoras pernambucanas encontraram diferenças significativas de comportamento entre homens e mulheres universitários , no que concerne aos hábitos relacionados aos cuidados com a própria saúde.

Em geral, as estudantes apresentaram menor frequência de condutas consideradas prejudiciais.

Enquanto 13,8% delas se disseram consumidoras frequentes de tabaco, o percentual de fumantes do sexo masculino é mais do que o dobro: 32,4%.

Entre os avaliados – 382 formandos de cursos da área de saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE), como medicina, enfermagem e farmácia -, quase 10% dos homens haviam se envolvido em brigas físicas no último ano, enquanto entre as mulheres esse número chega a 4%. O consumo de drogas ilícitas também é maior entre eles. O trabalho foi publicado nos Cadernos de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com o artigo, a tentativa de parar de fumar foi mais prevalente entre as mulheres. Entretanto, em relação ao uso do preservativo em relações sexuais, o comportamento de ambos os gêneros é praticamente igual – 16,3% das mulheres e 14,4% dos homens disseram nunca usar camisinha.

Os estudantes do sexo masculino voltam a superar as mulheres quando os riscos para a saúde estão associados ao consumo de drogas ilícitas. “Em concordância com outros estudos realizados no Brasil, os homens também consumiram significativamente com mais freqüência do que as mulheres”, afirmam as pesquisadoras.

Inalantes e maconha são as drogas preferidas dos universitários pernambucanos, com percentuais de 37,1% e 25,9%, respectivamente. Entre as estudantes, também são os inalantes a droga preferida, mas com uma grande diferença em relação aos rapazes: 15,4% delas alegaram consumir eventualmente o produto para “ficar fora da realidade”.

A maconha mostrou ser, como verificado em outros estudos, a droga que usada na “rotina” dos graduandos, inclusive com “empate técnico” na concorrência entre os sexos.

Um em cada quatro universitários, excluindo os que nunca experimentaram a droga, alegou ter consumido maconha nos últimos 30 dias anteriores à aplicação do questionário da pesquisa.

Na opinião das autoras do estudo, Viviane Colares, Carolina da Franca e Emília Gonzales, da UFPE, o fato de os universitários estarem concluindo a graduação em cursos da área de saúde precisa ser observado criticamente.

“Independentemente do gênero, deve-se considerar, ainda, que os pesquisados eram universitários de cursos da área de saúde, que deverão em suas atividades profissionais orientar e aconselhar para a adoção de hábitos saudáveis. Questiona-se o papel da universidade nesse contexto, tanto quanto as implicações das condutas de saúde dos estudantes em sua prática futura”, reconhecem as pesquisadoras.