O que diferencia a tuberculose de uma doença qualquer, como pneumonia, asma, diabetes ou hipertensão, entre outras, é que as pessoas têm receio ou vergonha de falar esse nome.

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No entanto, no Brasil, o tratamento padrão para a tuberculose é gratuito e a sua probabilidade de cura é superior a 95%, quando realizado adequadamente.

Entretanto, em nosso País, a doença representa a nona causa de hospitalização, ocupando o 7.´ lugar em gastos com internações. É anda a quarta causa de mortalidade por males infecciosos.

A tuberculose, também conhecida como doença do peito, é uma infecção grave transmitida pelo ar. Ela pode atingir todos os órgãos do corpo, especialmente os pulmões.

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Um microorganismo, o bacilo de Koch (Micobacterium tuberculosis), é o causador da doença.

A pessoa infectada, quando tosse, espirra ou fala, elimina bacilos que permanecem no ar. “Quem respira esse ar contaminado pode se infectar”, explica o tisiologista Luiz Francisco Ribeiro Medici.

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Sua transmissão acontece pelo ar, especialmente por intermédios das secreções expelidas pelos doentes sem tratamento, em locais pouco ventilados e aglomerações.

A tuberculose não assusta mais como antigamente, quando chegou a ser conhecida por “peste branca”. Hoje, com o avanço no diagnóstico, no tratamento e na prevenção, a doença não parece assustar tanto. É exatamente aí que mora o perigo, dizem os médicos.

“Geralmente, as pessoas não estão atentas aos sintomas e não procuram auxílio médico”, afirma o especialista. Assim, em caso de tosse persistente, febre, emagrecimento, suores noturnos, é necessário buscar atendimento. “Tosse prolongada por alguns dias, pode ser normal, mas não é normal ter tosse por 30 dias”, adverte Medici.

Diagnóstico precoce

Segundo Gustavo Gusso, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), embora a doença seja grave, existe grande possibilidade de cura se o paciente tiver um acompanhamento constante para identificar logo no início os sintomas.

“O atendimento do médico de família e comunidade atende essa expectativa”, garante.

Quando não se tem um tratamento adequado, cada vítima de tuberculose pode contaminar cerca de dez pessoas ao ano. Logo, o diagnóstico precoce é de extrema importância, tanto para a saúde do paciente, quanto para a interrupção da cadeia de transmissão.

Os sintomas mais frequentes da tuberculose são tosse por três semanas ou mais com produção de catarro que pode ou não estar acompanhado de sangue, febre, suor excessivo pela noite, indisposição e fraqueza e perda de apetite e peso.

Entre alguns fatores que facilitam o surgimento da doença estão a permanência em ambientes suscetíveis à contração do bacilo, como a residência de doentes, hospitais e serviços de saúde em geral, ter idade avançada, predisposição genética, desnutrição e abuso de álcool ou drogas ilícitas, entre outros.

Para comprovar o diagnóstico da doença, quase sempre é necessário realizar um exame do escarro para verificar se o bacilo está presente. “É de grande importância identificar o mais rápido possível os doentes, pois um dos maiores reservatórios, se não o maior, da bactéria é o próprio corpo humano”, reconhece Gusso, lembrando que, durante as duas primeiras semanas de tratamento o doente precisa proteger a boca ao tossir ou espirrar para não contagiar outras pessoas.

Tratamento gratuito

A melhor prevenção contra a tuberculose é a busca constante de casos e início precoce do tratamento.

O Brasil adota vacina BCG intradérmica como medida de prevenção primaria contra a doença.

Ela protege a criança das formas graves da tuberculose, deve ser aplicada nos primeiros 30 dias após o nascimento.

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Entretanto, existe a indicação de vacinar o recém-nascido ainda no berçário, para evitar o seu contato com o bacilo da natureza, o que diminui a efetividade da vacina. A BCG é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar da existência de tratamento eficaz, gratuito e disponível em todo território nacional, ainda não atingimos meta de cura (85% dos casos descobertos). A rápida melhoria dos sintomas experimentada pelos pacientes, o tempo prolongado de tratamento necessário para a cura (seis meses) e associação com alcoolismo e adição por muitos deles são os principais motivos das taxas de cura abaixo da meta (No Brasil, chega a 75%).

O abandono do tratamento e uso irregular dos medicamentos são fatores para a seleção de cepas resistentes. Para minimizar esses problemas e elevar o número de curas, o Ministério da Saúde, após discutir intensamente com importantes técnicos da área, optou por associar uma quarta droga ao esquema já existente (isoniazida, rifampicina e pirazinamida) associados em um único comprimido que terá posologia de dois, três ou quatro compridos conforme o peso do paciente.

A nova forma de tratamento, que provavelmente será chamada de dose fixa combinada (DFC), entrou em uso no inicio de 2010 e pretende facilitar a continuidade do tratamento.

Principais sintomas

* Tosse com expectoração por mais de três semanas
* Febre vespertina
* Suores noturnos
* Falta de apetite
* Perda de peso
* Fraqueza
* Dor no tórax
* Escarro com sangue

Os tristes números da doença

NO BRASIL

* Ocorrem, em média, mais de 120 mil novos casos por ano
* Somente 85 mil deles são notificados
* O Número de óbitos é estimado em 6 mil por ano
* A doença representa a 9.ª causa de internação hospitalar
* É a 7.ª maior causa de gasto com saúde pública
* Representa a 4.ª causa de morte por males infecciosos
* Só no Estado de São Paulo, são descobertos cerca de 18 mil casos por ano, o maior número absoluto do Brasil.

NO MUNDO

* Todos os anos são registrados em torno de 9,4 milhões de novos casos
* São 139 casos a cada 100 mil pessoas
* Por dia, são perto de 25 mil novos doentes
* Anualmente ocorrem 2,7 milhões de óbitos em decorrência da doença
* São 5 mil mortes diárias
* As maiores vítimas são os asiáticos (55%) e os africanos (30%)