O Paraná registrou mais de 2,6 mil casos de tuberculose no ano passado, segundo levantamento preliminar da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Em todo o País, estima-se que haja 85 mil portadores da doença e que ocorram cerca de 6 mil mortes por ano. No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, hoje, percebe-se que há, ainda, muito o que fazer no controle da doença.
“O Paraná precisa melhorar algumas situações, como o abandono de tratamento, os índices de óbitos”, analisa a coordenadora do setor de Doenças Infecciosas da Sesa, Elisabeth Thadeo Sens. Segundo ela, a meta é atingir taxa de 85% de cura. Em 2002, o índice foi de 75,2% no Estado. “Sempre estamos incentivando as regionais de saúde para a detecção precoce da doença”, conta Elisabeth. O índice de óbitos é alto: 10%, enquanto a meta mundial é de 5%.
Os sintomas da doença são tosse, febre vespertina, perda de hepatite, emagrecimento, cansaço fácil, dor no peito e escarro com sangue (fase mais avançada). “A identificação não é difícil. O problema é que as pessoas confundem com gripe ou pneumonia e podem transmitir a outros.” A transmissão acontece pela tosse, espirro ou catarro.
Em Curitiba, o número de casos se mantém estável nos últimos anos, numa média de 500 a 600 por ano. A tuberculose é tratada com antibióticos. Mas os remédios precisam ser tomados por um prazo mínimo de seis meses. Se for menos, pode ocorrer uma recaída e a doença evoluir para uma forma mais grave. “O perigo é que muitas vezes o doente se sente melhor em dois ou três meses e abandona a medicação”, alerta a diretora do Centro de Epidemiologia, médica Karin Luhm.
Para evitar esse problema, a rede municipal de saúde implantou o tratamento diretamente observado, que prevê o acompanhamento pelos profissionais de saúde da administração dos medicamentos, evitando que o doente abandone os remédios.