A retirada de um tumor com risco de provocar a infertilidade não acaba com as esperanças de casais jovens gerarem um filho.
Esta constatação vem dos especialistas em reprodução assistida que estarão reunidos de 27 a 29 de agosto, Estação Embratel Convention Center, em Curitiba, durante o XIII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida.
Para não descartarem a possibilidade do sonho de ter filhos, os pacientes devem buscar orientações com o oncologista ou, até mesmo, em uma clínica especializada em reprodução assistida, onde serão congeladas suas células germinativas, até que fique livre do câncer.
“Em caso de necessidade, pode ter início o tratamento para fertilização por técnicas de reprodução assistida”, esclarece andrologista e presidente do encontro, Lidio Jair Ribas Centa.
Um dos temas a serem abordados pelos congressistas é o tentar convencer oncologistas a incluir no protocolo do tratamento essa importante aplicação da reprodução assistida, o que não é rotina no Brasil.
Convencimento
O especialista explica que a iniciativa da comissão organizadora será dividida em duas etapas. A primeira, com o apoio da mídia, será desenvolver um trabalho educativo junto à população; e a segunda, de convencimento da própria classe médica, por meio de palestras, comunicados e materiais de divulgação.
Lidio Centa explica que existem importantes formas de câncer que provocam a infertilidade. O especialista cita como exemplos linfomas, câncer de mama e de próstata, além da leucemia. “Alguns deles, com alta incidência em várias regiões do País”, lembra.
Estudos internacionais divulgados recentemente nos Estados Unidos comprovam que menos de 25% dos especialistas informam o paciente sobre as possibilidades terapêuticas da geração de um filho pela reprodução assistida entre pessoas submetidas ao tratamento do câncer. Conforme Centa, no Brasil, não existem estatísticas a esse respeito.
“A falta desses indicadores foi um dos fatores que motivou a Comissão Organizadora do Congresso a organizar a campanha durante e a partir desse encontro”, reconheceu.