Especialistas do Paraná e Rio Grande do Sul estiveram reunidos ontem em Curitiba participando da 1.ª Jornada de Transplante Hepático do Mercosul. O evento, que aconteceu no Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR), serviu para discutir a situação dos transplantes no Brasil e outros países, além de avanços em pesquisas e medicamentos.
O chefe do Serviço de Transplante Hepático do Hospital de Clínicas, Júlio Coelho disse que 5% da população apresenta alguma problema hepático, mas a minoria depende de transplante de órgãos. Dos que necessitam de transplante, a média de espera pela doação do órgão é de três anos, e cerca de 20% acabam morrendo. Hoje no Paraná existem 160 pessoas na fila de espera.
Um dos grande avanços para diminuir esse números, comenta Coelho, tem sido o transplante entre pacientes vivos ? quando se retira um pedaço do fígado de um doador vivo para transplantar em um paciente. Isso já era comum em crianças e agora tem obtido sucesso nos pacientes adultos. Outra novidade, citou o médico, é o surgimento de imunosupressores ? medicamentos para evitar a rejeição ? que oferecem cada vez menos efeitos colaterais.
Posição
Apesar das filas de espera por doações de órgãos ainda serem grandes no Brasil, o País é considerado privilegiado em relação ao outros países. O Brasil é o quinto país que mais realiza transplantes de fígado no mundo, e o segundo no mundo em transplante de rim.
Esses resultados, comenta Julio Coelho, refletem o incentivo dado pelo Ministério da Saúde, desde a criação da lei de transplantes em 1996, que vem agilizando a captação de órgãos e facilitando o acesso aos medicamentos. Segundo Coelho, o governo federal disponibiliza todos os remédios pré e prós transplante.