Tontura é uma das queixas mais frequentes

Sensação de “cabeça leve“, flutuação, desequilíbrio, impressão de queda e de cabeça rodando. Entre 20% a 30% da população já sofreram com alguns desses incômodos característicos da tontura, a terceira queixa mais frequente nos consultórios médicos, atrás apenas da dor e da fadiga.

Para o paciente, o primeiro passo é responder a algumas perguntas que ajudam o médico a conhecer o cotidiano e seus hábitos. Respostas que facilitam o diagnóstico.

“Também é indicada a realização de exames otoneurológicos, que incluem a avaliação da audição – mesmo em pacientes que não possuem queixas relacionadas é fundamental este tipo de exame -, e a análise do equilíbrio”, explica a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.

Sintoma ligado a uma perturbação do equilíbrio corporal, a tontura comumente afeta as mulheres e os idosos, embora homens adultos, jovens e crianças também possam apresentar o problema.

Estima-se que 20% dos pacientes que se consultam com otorrinolaringologistas e neurologistas, e 10% que procuram um clínico são levados à consulta pelo sintoma.

Raramente levada a sério, a tontura pode ser uma sensação aguda momentânea, mas também indício de doenças crônicas que, em estágios avançados, comprometem a qualidade de vida do paciente, levando-o ao isolamento social por medo e insegurança de realizar atividades simples, como praticar esportes ou passear com a família.

Labirintopatias

Segundo o otoneurologista Ítalo Roberto Torres de Medeiros, enjôos e vômitos provocados por sensação de movimento são comuns e acometem principalmente as crianças, uma vez que elas possuem o labirinto – centro de equilíbrio localizado no interior do ouvido – imaturo. “Esses distúrbios são relativos ao conflito das informações que são enviadas ao cérebro por meio da visão e do labirinto”, explica o especialista.

Quando a tontura, porém, aparece sem causa aparente e acarreta uma sensação de cabeça pesada e de ambiente rodando, é preciso ficar atento e procurar um profissional especializado para traçar um diagnóstico assertivo.

Esse tipo de tontura rotatória, chamada de vertigem, é o principal sintoma das labirintopatias, doenças que podem ser agudas ou crônicas e que têm como característica o distúrbio do labirinto – órgão que, junto com outros receptores sensoriais, processa informações da posição do corpo humano no espaço que ocupa, mantendo o equilíbrio corporal.

Geralmente, essa vertigem vem acompanhada de vômitos, náuseas e dificuldade em manter a fixação da imagem. Seu tratamento depende da forma e intensidade em que se manifesta, podendo ser um episódio agudo (isolado) ou se a manifestação é constante e prolongada, chamada de crônica.

Diagnóstico preciso

Embora esses sintomas possam estar associados a algum tipo de distúrbio do movimento, podem, também, estarem relacionados à má alimentação, que prejudica o funcionamento do labirinto.

“Ao ingerir alimentos ricos em açúcares e gorduras, o paciente prejudica o funcionamento do labirinto e, consequentemente, fica mais vulnerável a esses sintomas”, explica o especialista.

Alguns medicamentos agem positivamente sobre os sintomas e podem ser ingeridos tanto nos episódios quanto continuamente, dependendo do tipo e causa da vertigem.

Em outros casos, é necessário que se trate a origem do problema, como traumas ou doenças neurológica,s – por meio de remédios específicos para isso – ou até intervenção cirúrgica.

Por esse motivo, o diagnóstico preciso é fundamental para o sucesso do tratamento. Esse diagnóstico deve levar em consideração o histórico clínico do paciente e uma investigação criteriosa quanto à duração, à frequência, à intensidade e aos fatores desencadeantes da tontura. 

Somam-se a eles exames físicos observacionais e o teste de Romberg, que consiste em medir a estabilidade do corpo em pé com o olho fechado – além de exames de imagem, como é o caso da audiometria e da ressonância magnética.

Ambiente em movimento

Os objetivos dos exames são verificar o grau de comprometimento dos órgãos e identificar em qual lado está a lesão, se ela é periférica ou central, caracterizar o seu tipo e a sua intensidade e ajudar a reconhecer a causa do problema.

“Os exames também auxiliam na prescrição do tratamento, que pode ser feito com medicamentos, exercícios para a rebilitação vestibular, atividade física, mudanças na alimentação e em casos particulares com intervenção cirúrgica”, completa a especialista Rita de Cássia Cassou Guimarães.

É normal sentir tontura em ambientes com muita informação visual ou em brinquedos giratórios, comuns em parques de diversão. Esse tipo de tontura conhecido por cinetose, é um sintoma caracterizado pela sensação de enjôo ao andar em qualquer meio de transporte.

“O problema ocorre quando o corpo está parado e o ambiente está em movimento, gerando conflito de informações e perturbação do equilíbrio corporal”, completa Ítalo Medeiros.

Tontura

A tontura pode ser consequência de problemas neurológicos, visuais e cervicais, de doenças, como o diabetes ou efeito colateral causado por ingestão de medicamentos, álcool em excesso, nicotina ou cafeína, entre outros.

Sua principal causa, porém, são as labirintopatias – doenças caracterizadas pela perturbação do labirinto (orelha interna). Para que o diagnóstico seja preciso e o tratamento eficiente, é preciso reconhecer o tipo de tontura do paciente e, assim, investigar suas causas.

A tontura pode ser não rotatória, quando provoca a sensação de desmaio, a queda súbita de pressão e o escurecimento da visão. Outro tipo é a rotatória, chamada de vertigem, é causada por um distúrbio do labirinto ou de suas conexões centrais.

Vertigem

Grande parte das pessoas acredita que tontura e vertigem são sinônimos, mas na verdade a vertigem é um tipo de tontura, caracterizada pela sensação de rotação do espaço. Portanto toda vertigem é uma tontura, mas nem toda tontura é uma vertigem.

A vertigem é o tipo mais comum de tontura e o sintoma principal das labirintopatias. Sua origem mais comum, chamada de periférica ou vestibular, ocorre devido a distúrbios do labirinto ou ao conflito sensorial entre as informações oriundas do aparelho.

A vertigem originada no labirinto acomete aproximadamente 85% dos pacientes e manifesta-se, nos casos mais graves, associada às náuseas, palidez e sudorese. Ela pode ser desencadeada por um estímulo fisiológico, resultante, por exemplo, de viagens de navio ou exposição a brinquedos giratórios, ou por uma disfunção congênita de algum dos sistemas envolvidos com o equilíbrio corporal.

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