?A correria do dia-a-dia me exige muito. Quando estou trabalhando não consigo relaxar o suficiente para pensar em sexo.? – L.C.B., 36 anos, advogado. ?Penso menos do que gostaria. Trabalho muitas horas por dia e, à noite, só quero dormir. Me dou muito bem com meu namorado, mas os problemas do dia-a-dia acabam ocupando mais espaço.?  – S. O., 31 anos, professora.

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Os executivos – homens e mulheres – estão habituados à corrida por bons resultados. As cobranças, em todos os sentidos, são muitas. É preciso chegar à perfeição, ser melhor do que o concorrente. Ganhar pontos, lucros, produtividade, reconhecimento pelo esforço, crescimento financeiro, ou seja, tudo aquilo que faz a vida ficar estressante, trazendo os riscos da incidência de diversas doenças. Por isso, não dá para se espantar que a sexualidade nesse contexto seja relegada a um segundo plano.

O médico Gilberto Ururahy, que atua na área de medicina preventiva, e que se especializou no acompanhamento de executivos, acha que a sexualidade deve estar presente diariamente na vida desses profissionais. O médico mostra, no infográfico, alguns números de uma pesquisa realizada em seu consultório que fariam qualquer profissional parar para refletir sobre a sua qualidade de vida, já que o sexo está diretamente ligado à saúde física, mental e emocional das pessoas.

Sem contra-indicações

Para entender todos os efeitos do sexo, Carmita Abdo, psiquiatra e autora de um amplo estudo populacional a respeito dos hábitos, das preferências, das práticas e das dificuldades sexuais da população brasileira, explica que o sexo é um termômetro da saúde física e emocional do ser humano. Quem tem uma vida saudável tem um desempenho sexual satisfatório. No entanto, as pessoas que praticam relações sexuais com regularidade conseguem equilibrar seus hormônios e estimular suas potencialidades. ?Elas são mais felizes com elas mesmas, têm a auto-estima elevada e mais ânimo para trabalhar e enfrentar os problemas do dia-a-dia?, afirma.

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São tantos os benefícios que, além dos psicólogos, os médicos também passaram a recomendá-lo – embora as relações sexuais não façam parte de nenhuma terapia propriamente dita. De acordo com Carmita Abdo, melhor assim, pois está garantido que não há contra-indicações ou efeitos colaterais, nem mesmo é preciso usar com moderação. Assim como alimentação saudável e exercícios regulares, a atividade sexual regular alivia o estresse, ajuda no combate à depressão, revitaliza o corpo, estimula a mente e ainda é um excelente exercício aeróbico e anaeróbico.

INFOGRÁFICO

No homem

Distúrbios de ereção

* 68% são gerados pelo emocional, como a depressão e o estresse crônico, provocados pelo excesso de trabalho e problemas conjugais ou financeiros, entre outros. A ansiedade para o ?bom desempenho? pode aumentar a insuficiência erétil.

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* 23% têm causas diversas, como o uso de certos medicamentos (anti-hipertensivos, antidepressivos, etc.), cirurgias, radioterapia, abuso de alcoolismo, fumo e uso de drogas.

* 6% têm causas orgânicas e são provocados por lesões de nervos, lesões vasculares, alterações hormonais (testosterona) ou doenças metabólicas, como o diabetes.

Na mulher

Queda do desejo sexual

* O uso de antidepressivos e o estresse crônico entre as mulheres de 30 a 45 anos de idade pode conduzi-las à depressão e, conseqüentemente, à queda da libido.

* Alimentação desequilibrada = 80%

* Estilo de vida competitivo e obsessivo por resultados = 70%

* Vida sedentária = 65%

* Pacientes com o peso acima do ideal = 60%

* Alcoolismo = 50%

* Tabagismo = 40%

* Insônia = 26%

* Colesterol elevado = 25%

* Hipertensão arterial = 19%

* Depressão = 7%

* Diabetes = 6%