O Brasil é referência em cirurgias plásticas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), são realizadas aqui 629 mil cirurgias plásticas por ano. O país é inclusive destino de estrangeiros atraídos por preços mais baixos dos que os do exterior e pela boa reputação dos médicos brasileiros.

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E nesse país tropical, a preocupação com a aparência tem níveis altíssimos. Dentre as queixas mais comuns de quem procura um consultório de um cirurgião plástico estão a barriga, o tamanho dos seios, o envelhecimento da pele, a aparência do nariz e das orelhas.

No entanto, uma cirurgia plástica é uma decisão que envolve riscos de possíveis complicações a arrependimentos, pois mexe com a saúde e a aparência. “A plástica não garante satisfação, mas quando observados alguns pontos e tomados os cuidados certos, pode ser fonte de boa melhora na autoestima”, de acordo com o cirurgião plástico Alan Landecker. Confira esses cuidados e saiba mais sobre as cinco cirurgias mais feitas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Lipoaspiração

As estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP, indicam que são realizadas 90.000 lipoaspirações por ano. A lipoaspiração está sujeita às mesmas complicações que qualquer outro procedimento cirúrgico, por isso é precisos estar atento as cuidados antes da cirurgia. Doenças cardíacas graves, alterações pulmonares, anemia, diabetes e hipertensão arterial precisam estar sob controle para que o paciente seja operado.

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“Outra grande contra-indicação diz respeito às alterações psicológicas, como depressão e doenças ligadas à auto-imagem, como a anorexia e a bulimia. Nesses casos é preciso acompanhamento profissional psicológico antes da cirurgia”, de acordo com o cirurgião plástico Ruben Penteado. Para prevenir problemas é necessário que o médico investigue se o paciente apresenta histórico anterior de flebite e trombose nas pernas.

“Desconfie de promessas milagrosas. “Minilipo”, “lipinho” ou “lipo Light” são nomes que seduzem e podem até confundir quem quer melhorar o contorno corporal, mas tem medo de se submeter a uma cirurgia. ?Não considero apropriado ‘mascarar’ o procedimento, lipoaspiração é sempre lipoaspiração, com os seus riscos e benefícios. É preocupante observar a banalização das lipoaspirações de pequeno porte?, diz o médico.

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Prótese de silicone

Ter seios volumosos e firmes é uma das grandes ambições das brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Cirurgia Plástica, 21% das cerca de 460 mil cirurgias estéticas realizadas em 2009 foram de aumento de mama. Uma grande preocupação atual dos médicos está no exagero do tamanho pedido por algumas pacientes. “Tão importante quanto resolver essa desarmonia estética é adequar o tamanho do implante ao tipo corporal de cada mulher. Uma prótese grande fica bem para uma mulher alta ou que tenha quadris largos, já nas baixinhas pode passar a impressão que a mulher está acima do peso”, afirma Rubens Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada (SP).

Um mito sobre as próteses é o de que elas impedem a amamentação. As próteses são colocadas abaixo das glândulas mamárias, não interferindo no aleitamento. Outro questionamento recorrente sobre o silicone é sobre a validade das próteses. Quanto a este ponto, antes que a paciente se submeta à cirurgia, é preciso que o médico esclareça que uma prótese de silicone não dura por toda a vida. No entanto, o tempo de vida útil de uma prótese é algo imponderável e completamente individual. É preciso entender que o corpo encara a prótese como um transplante, e, em alguns casos, há rejeição à prótese de silicone.

É aconselhável que a cada ano após o implante, se faça uma revisão da prótese, pois a troca também pode se tornar necessária em função da flacidez da pele ou do reposicionamento dos seios. Por exemplo, depois de uma gestação, o corpo da mulher passa por uma série de transformações, e a troca da prótese pode ser feita para devolver o equilíbrio à silhueta.

Rejuvenescimento facial

Também conhecido como ritidoplastia, a cirurgia é a mais procurada para quem quer dar “aquela levantada” na expressão. De acordo com o cirurgião Alan Landecker, para que a cirurgia da face dê certo, ela deve ser calculada tendo por base todas as regiões do rosto e do seu entorno, inclusive pescoço e couro cabeludo. “Em geral, o paciente deve ficar em repouso por até 15 dias e é importante que se observe o surgimento de hematomas, que devem ser drenados, pois podem evoluir para uma necrose”, completa o médico.

Atualmente, são utilizadas técnicas que reposicionam os tecidos, dando um resultado mais natural, restaurando a forma e o volume de áreas que haviam “murchado”. A técnica é a mais indicada para quem está preocupado com a flacidez facial, pois o laser ou luzes polarizadas e pulsáteis não são capazes de substituir a cirurgia. Esses procedimentos podem até melhorar a qualidade da pele, mas não corrigem a flacidez, o excesso epidérmico e as rugas profundas e extensas, servindo melhor como tratamentos complementares.

Rinoplastia

A plástica de nariz traz como maiores riscos as deformações e assimetrias. No entanto, conforme explica Alan Landecker, hoje, os melhores consultórios usam uma técnica que têm 96% de sucesso, que é a chamada técnica estruturada. Ela consiste no seguinte: em vez de apenas cortar os ligamentos entre as cartilagens do nariz, como ocorria na antiga técnica, há um fortalecimento do esqueleto, através de vigas de cartilagem. Como qualquer outra plástica, o resultado estético da rinoplastia é previamente avaliado, havendo casos em que a cirurgia pode não trazer bons resultados. “Já cheguei a não operar alguns pacientes, pois sabia que o nariz não tinha uma estrutura adequada para a cirurgia e que o resultado final não seria conforme o esperado”, diz Alan.

Otoplastia

Não poder prender os cabelos com o calor que faz nas estações mais quentes é, no mínimo, um grande incômodo. Isso é uma preocupação frequente em quem tem “orelhas de abano”: um problema que pode parecer insignificante, mas que mexe com a autoestima. A cirurgia é feita, em muitos casos, ainda na infância. Por volta dos três anos e meio de idade, as cartilagens já atingiram 90% do seu tamanho. Portanto, crianças que apresentam as orelhas salientes podem submeter-se à otoplastia bem cedo. Os cirurgiões plásticos recomendam que se espere até seis ou sete anos de idade para que o procedimento seja realizado.