Dor de cabeça, tontura, olhos vermelhos e lacrimejamento podem indicar distúrbios oculares entre crianças. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o problema é que na infância 75% das disfunções visuais são assintomáticas. Na opinião do médico, a falta de sintomas e de exames regulares explica porque o Brasil hoje soma mais de 27 mil crianças cegas e de 83 mil com baixa visão, conforme estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Isso porque, os maiores problemas de vista na infância são os vícios de refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo. Quando não são corrigidos com óculos, observa, o esforço para enxergar faz com que se agravem. Além disso, ressalta, por falta de estímulo visual a criança pode desenvolver a ambliopia ou "olho preguiçoso" que se não for tratado com a oclusão (tampão) do olho de melhor visão até os 6 anos de idade, resulta em baixa visão em um dos olhos.
O especialista afirma que dos 3 aos 10 anos de idade os pais devem fazer uma avaliação visual nos filhos todo ano. Esta simples atitude pode melhorar o rendimento escolar e evitar até 60% dos casos de cegueira infantil, comenta.
O teste que permite checar os vícios de refração e a ambliopia está disponível no site www.penidoburnier.com.br em três tipos de tabela: Snellen gancho (indicado para adultos analfabetos), figuras (para crianças que ainda não sabem ler) e alfabeto (para crianças e adultos alfabetizados).
Queiroz Neto explica que a criança deve estar sentada, a tela do monitor posicionada contra a luz, na altura dos olhos e a 5 metros de distância da cadeira. O exame é feito em cada olho separadamente, tapando-se o outro com a mão em forma de concha. Caso ocorra dificuldade de enxergar antes da linha 0.8 da tabela, indica necessidade de consulta médica.