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São Paulo – Uma equipe do Hospital do Câncer, em São Paulo, tem usado com sucesso uma vacina experimental para tratar os estágios mais avançados de melanoma, câncer provocado por mudanças nas células que produzem a melanina, substância que dá cor à pele. A aplicação tem sido feita quando o câncer está espalhado pelo corpo (metástase) e a chance de sobrevivência do paciente é ínfima. A vacina é feita para cada paciente, baseada nas células de um tumor retirado do corpo dele, com o objetivo de provocar o sistema imunológico para lutar contra a doença. De 1998 até hoje, cerca de 80 pessoas participaram do estudo. Os resultados finais ainda não foram tabulados, mas a médica Débora Castanheira, líder do projeto, está confiante. Na fase 1, que terminou em 2002, 25 pacientes tomaram todas as seis doses requeridas. Um terço apresentou uma sobrevida maior – um dos voluntários, que já havia retirado nódulos do baço e do pulmão, completou 60 meses sem recaídas, internação hospitalar nem efeitos colaterais do tratamento tradicional, quimioterápico. Os demais, 17 pessoas, morreram.

Tratamento não é cobrado

São Paulo – A vacina do Hospital do Câncer não é a única testada no mundo e no País. O Hospital Sírio-Libanês, também em São Paulo, tem uma vacina similar, mas que não é feita com células do próprio paciente. "Todas devem ser estimuladas", afirma o chefe do departamento de Oncologia Cutânea do hospital, Rogério Izar Neves. "O paciente que está nesse estágio não tem muita chance, e o tratamento convencional causa efeitos colaterais indesejados como náuseas e apatia, que muitas vezes o impede de trabalhar." A vacina, por outro lado, é aplicada no ambulatório e só provoca vermelhidão e inchaço no braço – reação bem-vinda, pois demonstra que o sistema de defesa do corpo está se movimentando. Além disso, Neves defende a pesquisa para reduzir custos. Segundo ele, a pessoa precisa pagar hoje, entre R$ 60 e R$ 80 mil para receber a quimioterapia, enquanto a vacina é gratuita.

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