As terapias farmacológicas antivirais usadas em dezenas de soropositivos no mundo aumentam ? ainda que levemente ? os riscos de se sofrer um infarto, segundo um novo estudo realizado em pacientes com Aids pertencentes a 21 países.
A pesquisa, publicada no “New England Journal of Medicine”, se ocupou, durante um ano e meio, da saúde de 24 mil pacientes submetidos a terapias em 188 clínicas.Três quartas partes dos doentes eram homens e a idade média era de 39 anos. Entre esses pacientes ocorreram 126 infartos e um quarto deles foi mortal.
Segundo os dados que surgiram dessa pesquisa, o risco de ataques do coração aumenta proporcionalmente com o tempo em que os doentes são submetidos a esse tipo de terapia. O risco aumenta em 26% a cada 12 meses.
Em termos absolutos, sublinharam especialistas como Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, o risco é baixo. A cada 250 pessoas sob tratamento se verificou, em média, um infarto.
Os benefícios desses tratamentos, explicaram os especialistas em Aids, ultrapassam largamente os eventuais perigos.
“Esse estudo provou a ligação entre os medicamentos antivirais que são utilizados contra a Aids e os distúrbios coronários. Agora devem-se tomar as medidas necessárias”, comentou Fauci.