Cores, sons, agulhas, pontas dos dedos. Vale tudo para combater os distúrbios aparentes e, até mesmo, aqueles que a medicina convencional não consegue identificar. Sejam eles de origens físicas, emocionais, mentais ou energéticas. Com efeito, uma parcela considerável da população busca nas terapias alternativas o tratamento dos ?bloqueios? que perturbam o corpo como um todo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada cinco habitantes do planeta busca assistência médica em terapias não convencionais, nas suas muitas opções.

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No Brasil, por exemplo, uma recente portaria do Ministério da Saúde reconheceu oficialmente ?a importância das manifestações populares em saúde e a chamada medicina não convencional, considerada como prática voltada à saúde e ao equilíbrio vital do homem?.

A regulamentação governamental estabelece as diretrizes para a incorporação e adequação dessas práticas ao Sistema Único de Saúde (SUS), de forma a garantir qualidade, eficácia e segurança a todos os brasileiros usuários do sistema público de saúde. Até os anos 70s as terapias alternativas eram relacionadas a crendices ou práticas religiosas. Foi quando a acupuntura e a homeopatia se destacaram, contando inclusive com pesquisas científicas que indicavam sua eficácia. Tal preconceito sempre esteve ligado ao desconhecimento dessas práticas por parte de representantes da medicina ortodoxa. Conheça outras terapias alternativas colocadas à disposição da população e as suas indicações:

O poder da música

As promessas da musicoterapia, um trabalho terapêutico com técnicas artísticas para o bem-estar são variadas. A atividade trabalha bastante a respiração. É indicada para o relaxamento, no combate à insônia, psicoses e problemas de ordem emocional, além de promover uma elevação na auto-estima dos pacientes. "O tratamento é feito em uma sala cheia de instrumentos musicais, como percussão e violão, onde o profissional convida a pessoa a usá-los livremente", explica a musicoterapeuta Claudete Cerqueira.

Agulhas que curam

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Uma das mais conhecidas técnicas da medicina alternativa, inclusive já reconhecida como especialidade médica, a acupuntura ajuda no combate de tendinites e artrites até insônia e estresse. A especialidade, cuja origem é a medicina chinesa, visa à harmonização do corpo como um todo, para evitar doenças. As agulhas usadas são descartáveis e o método não tem contra-indicação. "A técnica estimula o sistema nervoso por meio da inserção de agulhas que liberam mediadores químicos. Também consegue acabar com a ansiedade, podendo ser útil no combate a vícios", explica o acupunturista Durval Mota.

Várias técnicas em uma

A osteopatia é uma terapia manual capaz de resolver problemas como enxaqueca, lombalgia, insônia, otite, sinusite e até problemas digestivos, desde que não sejam de origem viral, tumoral ou infecciosa. A osteopata Yara Magalhães explica o funcionamento da técnica: "Uma vértebra mal alinhada pode resultar em vômitos e dores de cabeça. Para resolver o problema, o profissional verifica qual vértebra está fora do lugar e a realinha". Os especialistas não gostam de ver a técnica tachada como terapia alternativa. Segundo eles, é um trabalho comprovado de anatomia, fisiologia e neurologia pura.

A cura nas pontas dos dedos

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Fazer pressão com os dedos. Esse é o segredo do shiatsu, terapia oriental que faz sucesso no ocidente e que usa a força das mãos para restabelecer o equilíbrio das funções vitais do organismo. De acordo com o professor Kioshi Kikuti, a massagem previne ou trata problemas como insônia e dores em geral. "Além disso, o shiatsu melhora a circulação sangüínea da área trabalhada e causa maior relaxamento muscular", detalha. Conforme os adeptos, o tratamento pode resolver problemas imediatos, mas a grande vantagem está no longo prazo.

Fazendo arte

A arteterapia se baseia em expressões plásticas, como desenho, pintura e escultura. A arteterapeuta Cláudia Cerqueira explica que a terapia leva o paciente a revelar sensações do inconsciente por meio de criações plásticas. Conforme a professora, o paciente não precisa se preocupar em fazer belos desenhos. "Não há objetivo estético. O que se busca é a imagem que exprima as emoções mais profundas do indivíduo. Você pode fazer um rabisco e isso lhe ajudar", esclarece.

Energia pura

Terapia milenar do oriente, o reiki promete alívio por meio das mãos, enfatizando a presença de energias no processo de cura, enquanto a osteopatia, por exemplo, justifica seus benefícios em explicações mecânicas. Reconhecida pela OMS como prática terapêutica complementar, a técnica utiliza o toque das mãos para trazer benefícios ao corpo, energizando pontos-chave do organismo (chacras). De acordo com a mestre Elza Maria Torres, a duração média de uma sessão é quarenta minutos.

Colado na pele

RMA. Esta é a sigla para Reprogramação Musco-Articular, método que faz uso de esparadrapos para solucionar dores. Mas não pense que você pode sair por aí colando esparadrapos em seu corpo aleatoriamente. Segundo a terapeuta Yara Magalhães, a RMA precisa ser feita por um profissional preparado. "O tratamento só funciona colando os esparadrapos certos nas posições indicadas para cada problema do paciente, como tendinites, bursites e dores decorrentes de artroses", explica.

Arco-íris

A cromoterapia tem por objetivo melhorar o astral das pessoas e das moradias. Só precisa de lâmpadas coloridas. As cores influenciam o estado de espírito e, usadas corretamente, podem trazer benefícios para a saúde, equilíbrio interno e energia vital. A terapia pode ser usada nos ambientes por meio de lâmpadas e luminárias.

Xô, envelhecimento

O conceito de medicina ortomolecular se baseia na teoria de que espécies reativas de oxigênio (popularmente conhecidas como radicais livres) são responsáveis por um vasto leque de problemas causados ao organismo. A partir dessa teoria, os adeptos da medicina ortomolecular propõem o combate aos radicais livres por meio da ingestão de uma suplementação vitamínica e mineral completa. O efeito antioxidante dessa suplementação agiria na prevenção de doenças e retardaria o envelhecimento das células.

Aroma de flores

Conceito desenvolvido pelo médico inglês Edward Bach que, entre 1930 e 1934, pesquisou 38 espécies de flores. O princípio da terapia é que as flores têm a propriedade de transmitir ou anular sentimentos negativos. A partir dessa proposição, os adeptos da terapia floral acreditam que com a utilização das essências florais é possível harmonizar o estado emocional e psicológico dos seres humanos. Ainda existe muito preconceito e falta de informação sobre os florais.

A cura pela íris

A proposta da iridologia é diagnosticar disfunções e alterações de órgãos e tecidos do corpo humano por meio do estudo da íris (parte colorida dos olhos). Pesquisadores estabeleceram a correlação entre as alterações na íris e a manifestação de problemas físicos nos seres humanos. Muitos acreditam que o diagnóstico é absolutamente confiável. Pessoas com problemas de colesterol alto, por exemplo, costumam apresentar um aro branco em volta da íris. Os tratamentos são baseados numa dieta natural e em remédios à base de plantas.

Plantas que curam

Talvez uma das terapias mais bem estabelecidas e inseridas na prática médica convencional, a fitoterapia tem como principal pilar o uso das plantas para curar diversas doenças. Os principais benefícios do uso de plantas no combate às doenças são a quase inexistência de contra-indicações e a grande variedade de princípios ativos de cada espécie. Uma das principais medidas inseridas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS é a ?Proposta para Plantas Medicinais e Fitoterapia?. O objetivo é ampliar as opções terapêuticas oferecidas aos usuários do Sistema Único de Saúde com garantia de acesso a plantas medicinais, medicamentos fitoterápicos e outros serviços relacionados