O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendeu nesta segunda-feira (24) que os governos federal, estaduais e municipais se mobilizem para romper com o estigma que cerca a tuberculose e combater com mais eficácia a doença em todo o país.
Ao participar na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, do lançamento de uma campanha do projeto Fundo Global Tuberculose Brasil, para reduzir a incidência da doença em todo o país, como parte dos eventos do Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, Temporão lembrou dados do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde, que indicam que a tuberculose ainda mata cerca de cinco mil pessoas por ano no Brasil.
Ele chamou a atenção para o fato que o país é responsável por 35% das notificações registradas no total das Américas ? cerca de 85 mil casos por ano.
Para o ministro somente com a conscientização da população e o esforço de todos será possível reduzir os índices da doença.
?O Brasil ainda tem 80 mil novos casos por ano, com cerca de cinco mil óbitos, e essa é uma doença facilmente diagnosticada e tratada, mas quando o sistema de saúde não está bem organizado, as pessoas abandonam o tratamento, e daí vem a recaída, a cronificação e lesões que podem levar ao obtido. É preciso fortalecer a consciência das pessoas de que ela também é uma doença social. Baixas condições de vida, a falta de saneamento e habitação, são condições insalubre de vida que só pioram a situação e agravam a doença?, afirmou.
Em 2003 a Prefeitura do Rio implantou na Favela da Rocinha o Programa de Agentes Comunitários (Pacs), que conseguiu, em apenas dois anos, aumentar de 73% para 88% o percentual de curados entre os pacientes assistidos.
Os dados divulgados pelo próprio Ministério da Saúde indicam que o percentual de cura alcançado pelo programa na comunidade supera, inclusive, a meta recomendada pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 85%.