O tratamento de feridas envolve mais do que o simples uso de curativos e pomadas.
Atualmente, métodos modernos, como terapia a vácuo e a utilização de laser buscam tornar a cicatrização mais rápida e eficaz.
Segundo Sérgio Sliva, médico intensivista, responsável pela UTI do Hospital Pilar, outra técnica, a oxigenoterapia hiperbárica, uma modalidade terapêutica que consiste na oferta de oxigênio puro em um ambiente pressurizado (câmara hiperbárica) a um nível de pressão acima da pressão atmosférica é uma das mais eficazes. “Com a elevação do nível de oxigênio nos tecidos, ocorre uma melhor cicatrização das lesões”, afirma o intensivista.
Alguns benefícios da câmara hiperbárica já são bastante conhecidos, como o tratamento de queimaduras, feridas, gangrenas, além de doenças isquêmicas, infecciosas, traumáticas e de mergulho.
Porém, novas indicações vêm sendo acrescidas, entre as quais, o tratamento de doenças relacionadas ao processo de isquemia aguda e reperfusão (quando o vaso ou artéria comprometida volta a ter circulação).
“Notadamente nos casos de isquemia cerebral, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio, entre outras”, destaca o Sérgio Silva, salientando que o uso da técnica, quando utilizada adequadamente e com critérios, torna o tratamento mais rápido e diminui ainda os dias de internação.
Oxigenoterapia
Uma doença grave é cada vez mais comum nos hospitais: a úlcera por pressão, lesão causada na pele e partes moles (músculos, gordura, vasos sanguíneos) decorrente da pressão exercida por uma proeminência óssea do próprio paciente contra a cama, sofá, maca ou cadeira de rodas quando em processo de recuperação.
Nesses casos, o mecanismo de compressão promove uma diminuição de circulação sanguínea em certas regiões do corpo, levando à necrose dos tecidos. No início pode haver somente uma “vermelhidão” no local sob pressão. No entanto, o quadro pode complicar, surgindo bolhas e feridas, podendo facilmente evoluir para úlceras.
Na sua avaliação, esses são índices acima dos estipulados como aceitáveis pelas instituições mundiais de saúde. Na Europa, para se ter uma ideia, o índice é de apenas 6%.
“As pessoas precisam saber que há técnicas, tecnologias e curativos que podem trazer mais benefícios aos pacientes”, argumenta, reconhecendo que o mais importante é que profissionais da saúde saibam prevenir o aparecimento dessas lesões.
Cuidados importantes
O especialista explica que o tratamento para evitar as úlceras por pressão é simples e envolve atitudes, como orientar a mudança de decúbito (posição) do paciente acamado no máximo a cada duas horas e quando colocado sentado em cadeira, a cada 15 minutos ficar um minuto em alívio (suspenso).
Outra iniciativa é manter o paciente nutrido e hidratado, observando se o seu leito está seco e sem dobras na roupa de cama. “Muito importante é não fazer massagens em regiões já avermelhadas achando que isso melhora o problema e usar produtos de origem questionável e receitas caseiras para o tratamento”, adverte Mehl.
No momento em que uma ferida ocorre, alguns cuidados devem ser colocados em prática para evitar maiores complicações. Caso a ferida seja aguda, provocada por um corte ou uma ferida crônica com sangramento, por exemplo, deve-se usar uma toalha, lenço ou pano mais limpo o possível, segurando sobre a lesão.
Outra ação importante é elevar a região (erguer o braço, perna) para diminuir o sangramento, procurando auxílio médico imediato em uma unidade de pronto aten,dimento. “Após seis horas de ocorrido o ferimento já é considerado infectado”, alerta o médico.
Inimigos das úlceras por pressão
* Água oxigenada
* Óleos
* Álcool
* Sabões
* Chás
* Folhas
* Pós-secantes
* Pastas e cremes
Oxigênio como tratamento
III Encontro Multidisciplinar sobre Tratamento de Feridas e Oxigenoterapia Hiperbárica.
Data: 19 e 20 de junho.
Local: Hotel Radisson –
Av. Sete de Setembro, 5190
– Batel. Informações pelo telefone (41) 3072-7227.