Aqueles que não se arrependem de ter feito uma tatuagem é porque amadureceram bem a ideia e não passam por arrependimento.
Para uns a tatoo é considerada um modismo, para outros serve como afirmação da personalidade.
O certo é que os desenhos e mensagens se firmaram como uma marca dos tempos modernos.
Mesmo que, por diferentes motivos, toda tatuagem tem seu preço. A pessoa se expõe aos riscos de contaminação por bactérias ou vírus que podem levar a doenças, como hepatite, aids e sífilis, entre outras.
Conforme o cirurgião plástico Lecy Marcondes Cabral, para evitar problemas, alguns cuidados devem ser adotados por quem deseja marcar seu corpo. O primeiro é saber que a “marca” o acompanhará o resto da vida.
Decisão tomada, a pessoa precisa procurar um profissional de confiança e ficar atento ao estúdio (local onde são realizados os procedimentos) e aos materiais utilizados pelos tatuadores.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em 2008, uma resolução que regulamenta os materiais utilizados no processo de tatuagem, exigindo o registro de todos os produtos.
Contaminação
Lecy Cabral alerta que, se a pessoa sofrer de bronquite, rinite ou sinusite, por exemplo, não deve se submeter ao procedimento, pois nesses casos o risco de desenvolver algum problema de pele é bem maior.
Também podem surgir reações alérgicas ocasionadas pela presença de corpos estranhos que penetram na pele durante o ato de tatuar ou pelo próprio pigmento introduzido.
“Mesmo que a tatuagem seja feita com o exigido padrão de assepsia, é comum ocorrer algum tipo de contaminação bacteriana, conhecida por foliculite”, realça o cirurgião.
Segundo o representante de um sindicato nacional de empresas de tatuagem, Antonio Carlos Ferrari, a norma da Anvisa determina que fabricantes e importadores se adaptem até o dia 8 de fevereiro de 2010 à regulamentação, sob pena de terem seus equipamentos recolhidos.
Segundo o dirigente, desde 2006 estúdios de tatuagens em todo país vêm se adaptando às normas e se tornando legais, inclusive, usando a autoclave, equipamento que esteriliza os instrumentos.
“Destatuagem”
Para não quer correr riscos, existem algumas opções atrativas disponíveis no mercado: as tatuagens não definitivas, como as de hena, que estão na moda e podem ser facilmente removidas.
Os dados não são comprovados, mas especula-se que, em média, depois de três a cinco anos, as pessoas tendem a se desencantar com a tatuagem da pele. Aí começa a complicação, pois ainda não existe um tratamento totalmente eficaz para “destatuar”.
Os métodos para retirar tatuagens mais comuns em medicina estética, conforme Lecy Cabral, são os de dermoabrasão ou laser. As complicações mais frequentes dos tratamentos de remoção de tatuagem com laser são os distúrbios de pigmentação, resultando em manchas claras ou escuras.
Cicatrizes são muito raras, como também reações alérgicas aos pigmentos depois das sessões de laser. O escurecimento da tinta também pode ocorrer, principalmente, as que contêm pigmentos de óxido de ferro e dióxido de titânio. “Nos casos de tatuagens coloridas, a dificuldade da remoção por laser é ainda maior”, completa o médico.
Tradição centenária
Até hoje ninguém sabe ao certo qual foi o local exato onde a primeira tatuagem foi feita. A sua história é tão antiga quanto à própria história da humanidade. Os primeiros relatos sobre esse tipo de manifestação se deram na Polinésia, no começo do século XVIII. Os desenhos eram feitos na pele por uma tri,bo nativa da região, os maoris.
Outros casos tão antigos quanto o da Polinésia também podem ser destacados, como a tatuagem no Egito, a arte dos incas, e também no Japão, país no qual, até hoje, em algumas situações, representa níveis hierárquicos.
Ou seja, os desenhos corporais são hábitos tão antigos que diversos estudos comprovam que desde a época das cavernas a técnica já era utilizada. A finalidade para a qual a tatuagem era feita pelos povos antigos não tem uma única explicação, já que existem provas da ligação dos desenhos com religiosidade, documentos históricos ou simbolismos para a guerra.
O nome técnico para a tatuagem é dermopigmentação. O termo tatuagem, do francês tatouage, tem origem em línguas polinésias (taitiano). A palavra inglesa “tattoo” foi empregada pela primeira vez pelo capitão James Cook, que descreveu a palavra como o som feito durante a execução da tatuagem, em que eram usados ossos finos como agulhas e uma espécie de martelinho para introduzir a tinta na pele.
No ano de 787, a Igreja Católica baniu a tatuagem da Europa, considerando-a, como vandalismo no próprio corpo. Ainda para reforçar o estigma, em 1879, a Inglaterra adotou a prática como uma forma de identificação de criminosos.
Cautela antes, durante e depois
* Consulte o dermatologista antes de se tatuar
* Escolha bem a parte do corpo que vai tatuar e pense se o local escolhido não poderá prejudicá-lo em suas atividades profissionais
* Escolha um estúdio com boas referências
* Exija agulhas descartáveis, esterilização na autoclave e tintas com rótulos originais. Há perigo de contaminação por chumbo ou algum outro metal
* Se sentir algum mal-estar, avise o tatuador
* Terminada a tatuagem, o local deve ser limpo com água corrente e sabonete neutro ou antisséptico
* Após a limpeza, passe pomada cicatrizante
* Não tome banho de piscina ou na praia, não pegue sol nem frequente sauna durante a cicatrização
* Não utilize pomadas ou fórmulas indicadas por leigos
* Não coce nem arranque cascas.