Boston – Um estudo publicado no jornal acadêmico The Lancet afirma que pela primeira vez naquele ano o número de mortes relacionadas a doenças causadas pelo cigarro era tão grande em países industrializados como em países em desenvolvimento.
Mais de três quartos das mortes entre os fumantes de todo o mundo ocorreram entre homens.
Prevenção
Pesquisadores da Escola de Saúde Pública Harvard, em Boston, dizem que a única forma de reduzir o número de mortes é melhorar o trabalho de prevenção e educação.
Eles analisaram as mortes provocadas por doenças relacionadas ao cigarro mundialmente, incluindo aquelas nos países em desenvolvimento, onde cerca de 930 milhões dos cerca de 1,1 bilhão de fumantes do mundo vivem.
Os especialistas avaliam que houve 4,83 milhões de mortes prematuras causadas pelo fumo em 2000, 2,41 milhões em países em desenvolvimento, e 2,4 milhões em países industrializados.
Mortes
Nos países em desenvolvimento, 84% das mortes ocorreram entre homens.
Doenças
Doenças cardiovasculares foram a principal causa de morte, matando 1,69 milhão de pessoas, seguidas de doenças de obstrução pulmonar crônica (970 mil) e câncer no pulmão (850 mil).
Os pesquisadores usaram dados dos Estados Unidos e outros 125 países.
O especialista Majid Ezzati, da Escola de Saúde Pública Harvard, disse que uma acumulação dos riscos à saúde do cigarro mais o crescimento e envelhecimento da população iriam significar o aumento do número de mortes em países em desenvolvimento nas próximas décadas.
Aumento
“Mortalidade como resultado do fumo irá aumentar substancialmente, a não ser que intervenções efetivas e políticas que possam reduzir o hábito de fumar entre os homens e possam prevenir o aumento entre as mulheres sejam implementadas nesses países”, disse Ezzati.
Amanda Sandford, do grupo Action on Smoking and Health, disse que há um número de fatores envolvidos no aumento de mortes relacionadas ao cigarro em países em desenvolvimento.
“Em parte é porque é uma população em crescimento, então, há mais pessoas fumando. Mas também temos que levar em conta as ações das empresas de tabaco que fazem campanhas agressivas nesses países”, afirmou Sandford.
“Eu acho que essa tendência continuará até que os próprios países coloquem um fim nisso”, completou.
Sandford acrescentou que medidas de prevenção e educação são essenciais para reduzir o número de mortes relacionadas ao cigarro.